
O A23 tem uma história interessante. Ele foi projetado por Mike Coughlan
(que na McLaren foi pivô do escândalo de espionagem e hoje projeta os carros da
Williams) para disputar a temporada
2002 pela equipe
Arrows, e o
entendimento é que o carro era bom, sob o ponto de vista aerodinâmico, mas
padecia da falta de potência dos fracos motores Cosworth. Só que Tom
Walkinshaw, dono da TWR-Arrows estava endividado e o carro só disputou as 12
primeiras etapas do campeonato, abandonado melancolicamente a disputa depois disso. Essa foi a primeira
vida do carro.
Com o fim da equipe, seus bens materiais e intelectuais (projetos) foram
vendidos e Paul Stoddart, então dono da
Minardi, comprou o A23, suas peças
sobressalentes e respectivos direitos intelectuais do projeto original e o
rebatizou de Minardi PS04. Jos Verstappen testou o carro - sem atualizações
relevantes - comparando-o ao modelo do ano
2003 da equipe italiana, o
PS03, chegando-se a conclusão que o carro não era mais rápido que o deles, já
mais moderno, apenas sofria mais de problemas de confiabilidade. Desse modo, o
carro foi encostado e para o ano de 2004 a Minardi atualizou seu PS03, que
virou PS04B, embora nada tenha a ver com o PS04.
Os anos passam e em
2006 a Honda criou as pressas a equipe
Super Aguri para receber Takuma Sato, que perdera o emprego na BAR com a chegada
de Barrichello, e assim, sem tempo nem instalações para projetar um carro novo,
compraram os direitos do projeto do
velho A23/PS04, atualizando-o para as
necessidades do novo regulamento e dando um leve "tapa" na sua aerodinâmica, visto que várias
coisas já haviam mudado nesses 4 anos desde que o carro fora projetado - pode-se
ver bem isso na foto acima na nova asa dianteira, mais alta que as anteriores e com novos elementos vermelhos nas suas
laterais, bem como novas asinhas na parte traseira do carro, antes das rodas traseiras (repare também como em 2006 os pneus dianteiros já eram levemente mais largos).
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Com esse carro, os pilotos Takuma Sato, Yuji Ide e Franck Montagny ficaram no fundo do pelotão, como
era de se esperar, mas não tão atrás como muitos imaginavam, a ponto de
ocasionalmente até disputar posições com equipes intermediarias. Finalmente, após essa temporada, o carro repousou e hoje não corre mais. Com
o aumento das exigências de segurança e modificações no regulamento da F1 desde
então, uma eventual volta do modelo ao grid é absolutamente impossível.
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Arrows A23 com Heinz-Harald Frentzen e Enrique Bernoldi no seu lançamento em 2002 |