terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A história de Barrichello na F1 ano a ano


Vamos lembrar como foi a trajetória de Rubens por todas as suas 19 temporadas e 6 equipes ao longo de sua prolífica carreira de 326 GP´s disputados na Formula 1 desde 1993 a 2011:

1993 - O início de sua carreira se deu pela equipe Jordan equipada com os fracos motores Hart e cujo chassis era a evolução do carro do ano passado, que por sua vez foi o chassis do ano anterior adaptado. Foi um ano de aprendizado, conseguindo uma performance sólida pelo que o carro oferecia, quando não quebrava.

1994 - Ainda com os motores Hart, dessa vez a Jordan criara um chassis mais equilibrado e rápido, possibilitando a Barrichello disputar pódios e mesmo marcar uma pole-position em Spa. Seu acidente em Ímola e a morte de Senna foram os destaques negativos do ano

1995 - Agora com uma parceria com a Paugeot, a equipe Jordan proporcionaria a Barrichello um carro melhor, certo? Errado. O carro nasceu mal projetado, com problemas sérios de confiabilidade, sobretudo no frágil motor e na embreagem, impedindo o brasileiro de completar as corridas que conseguia se destacar, perdendo alguns pódios certos.

1996 - Carro mais uma vez mal concebido, sofria de falta crônica de carga aerodinâmica na parte traseira, o que comprometia a tração do carro nas curvas de baixa e desgastava os pneus. O clima entre a equipe e o piloto azedou e Rubens foi para a Stewart ao fim da temporada.

1997 - Equipe nova, vida nova. Sob o comando de Jackie Stewart, Barrichello voltou a receber a confiança que merecia e consequentemente fez uma boa temporada com o equipamento de uma equipe novata, com problemas de confiabilidade que o noviciado impõem.  Os motores Ford também se mostram frágeis. O segundo lugar de Barrichello em Mônaco (marcando os únicos pontos da equipe) foi o destaque do ano.

1998 - Com um carro projetado com  foco principalmente em aerodinâmica, enfrentou problemas de câmbio e eletrônica. Com poucos recursos, a equipe não conseguiu corrigir a trajetória ao longo do ano e perdeu desempenho. Destaque para o 5º lugar em Barcelona.

1999 - Com uma parceria mais forte com a Ford o que passou a investir mais na equipe e entregou um novo motor o menor do grid, a Stewart pode investir mais no carro, permitindo a Rubens um ano mais sólido. No meio do ano a Ford comprou a equipe e anunciou que em 2000 se chamaria Jaguar, e ofereceu a Barrichello a chance de ser o 1º piloto, mas o brasileiro preferiu apostar suas fichas numa equipe de ponta já estabelecida e aceitou o convite para pilotar a Ferrari e ser companheiro de equipe do temido e polêmico Michael Schumacher.

2000 - Em seu primeiro ano na Ferrari, Barrichello percebeu que a estrutura da equipe era bem maior do que a que estava acostumado na Jordan ou Stewart. Também percebeu que pela primeira vez estava numa equipe que poderia lhe oferecer equipamento para disputar vitórias, o que conseguiu em Hockenhëim numa corrida memorável. O peso de estar numa equipe grande e ter seu país (e principal emissora de TV) cobrando um título pós-Ayrton Senna pesaram mais do que nunca.

2001 - Em um ano sem vitórias pela equipe italiana, Barrichello agradou um pouco a torcida com desempenho sólido e constante o ano todo. Infelizmente o  carro deste ano, apesar de muito competitivo, era mais adaptado ao gosto de pilotagem do alemão. Assim como no ano anterior, a ajuda do brasileiro foi decisiva na conquista do título de Schumacher e da Ferrari.

2002 - Com um carro que se aproximava da perfeição, Barrichello teve condições de voltar a vencer corridas. Mesmo enfrentando alguns problemas mecânicos que tendiam a acontecer apenas em seu carro, acabou vice-campeão, perdendo alguns pontos e vitórias garantidas "em nome da equipe", (como no famigerado GP da Áustria) e tendo que correr com um carro defasado em relação ao companheiro em pleno GP Brasil, evidenciando a prioridade de tratamento italiana por Schumacher.

2003 - Sendo um carro muito bom (o predileto de Barrichello até hoje), o F-2003GA proporcionou a Barrichello a oportunidade de voltar a frequentar os pódios e a vencer corridas, (Silverstone e Suzuka), mas enfrentou alguns problemas de confiabilidade em 3 etapas do campeonato, como na Hungria por exemplo, onde a equipe culpou a pilotagem do piloto pela absurda quebra de suspensão em plena reta.

2004 - Com esse carro Barrichello volta a desfrutar de um equipamento muito superior aos das demais equipes. Uma vez mais, teve que se contentar com estratégias que beneficiaram Schumacher, sendo deixando em segundo plano. Ainda assim, com grande regularidade, conquistou vitórias na China e no Japão e outros 12 pódios, garantindo seu segundo vice-campeonato, sendo como nos quatro anos anteriores decisivo na conquista do campeonato de construtores para a Ferrari.

2005 - Em seu último ano na equipe italiana, Barrichello já estava cansado de ficar em segundo plano e rompeu seu contrato que valia até o fim de 2006. O carro desse ano foi especialmente fraco, com falta de "downforce", não conseguindo obter dos pneus Bridgestone o mesmo desempenho que rivais equipadas com Michelin. Ironicamente, a única vitória da Ferrari foi o GP dos EUA, onde todos os carros com pneus franceses não largaram pois seus pneus eram muito frágeis e estourariam.

2006 - Depois de 6 anos na Ferrari, Barrichello agora estava numa equipe nova, com tratamento realmente igual ao de seu companheiro. Seu primeiro ano na equipe japonesa foi de adaptação, pois câmbio, controle de tração, motor, funcionamento e mentalidade da equipe e até mesmo a marca de pneus eram completamente diferentes das que estava acostumado. Ainda assim terminou o campeonato melhor classificado do que no seu ultimo ano de Ferrari.
2007 - Nesse ano negro como a pintura do carro, a Honda meteu os pés pelas mãos e produziu o pior carro que Barrichello já guiara em toda a sua carreira, nas palavras do próprio. Com sérios problemas de frenagem e estabilidade, não permitiu ao brasileiro terminar o campeonato com nem um mísero ponto, mesmo tendo terminado 12 das 17 corridas na frente de Jenson Button, a quem coube marcar os únicos 2 pontos da equipe. Ainda assim, Rubens teve seu contrato renovado para 2008.

2008 - Quando dizem que raios não caem 2 vezes no mesmo lugar, é por não conhecer a Honda. Lá o raio da incompetência caia todos os dias e nesse ano mais um péssimo carro foi produzido, mesmo com a chegada do ex-Ferrari Ross Brawn, que pouco pode fazer pelo carro que já pegou pronto. Rubens, heróicamente, conseguiu alguns bons pontos e um notável pódio na chuva de Silverstone. No fim do ano, viu sua equipe abandonar a Formula 1 e ficou com próprio o futuro incerto na categoria

2009 - Depois de ver-se "aposentado" por jornalistas com fontes holísticas, teve sua experiência como fator decisivo para ser escolhido por Ross Brawn na equipe que substituía a Honda. Com um carro muito rápido e confiável criado ainda em 2008 com o vasto orçamento nipônico, ainda teve a seu favor os ótimos motores Mercedes e a despeito de problemas de freio na 1º metade do campeonato conseguiu recuperar-se na 2ª metade, ganhando corridas e disputando o título. Ao fim do ano assinou com a Williams.

2010 - Com um carro equipado com motores "novatos" na Formula 1, Barrichello vem superando seu companheiro de equipe, o igualmente novato e atual campeão da GP2 Nico Hulkenberg, de quem arrancou elogios recentemente por sua velocidade. Sua experiência também foi de fundamental importância para o desenvolvimento da equipe, que mesmo com orçamento menor que suas rivais, cresceu e pontuou regularmente.

2011 - A julgar pelos testes de inverno o FW33 seria um passo a frente do já razoável FW32 do ano anterior. O grande diferencial do carro era um câmbio miniaturizado que proporcionava mais espaço na traseira para otimizar o fluxo de ar. O carro foi um fiasco e Barrichello marcou apenas 4 pontos dos 5 que a equipe registou na temporada, sua última pela equipe que passaria a contar com Bruno Senna em seu lugar.

O futuro de Barrichello em 2012 e além, como ele mesmo disse, está em aberto. Na F1 as chances são pequenas na HRT, onde creio que ele recuse correr pela precariedade das condiçoes da equipe e na Caterham, equipe em que Trulli não tem a vaga muito firme e é um time em ascendencia, ainda que não própriamente competitiva.

Ele poderia correr na F-Indy, mas pelo que sabemos sua esposa não quer. Também há várias outras categorias adorariam receber um piloto de seu quilate: Le Mans Series, Endurace, Nascar e até a nossa Stock Car (ao meu ver a opção que menos estaria a altura dele). Além disso a possibilidade dele tirar um ano sabático e só voltar a pensar em corridas em 2013 é forte.

É oficial: Bruno Senna corre na Williams

O anuncio oficial saiu agora, embora eu já tivesse adiantado o fato logo pela manhã  de ontem pois minhas fontes na Europa adiantavam o fato, e elas costuma ser confiáveis. O fato é que Bruno foi o escolhido e Barrichello preterido. Dizem que o dinheiro pesou bastante a favor do jovem brasileiro, já que a equipe até agora não conseguiu fechar os patrocinadores no Qatar, como desejava, ficando mais "$en$ível" aos argumentos de Eike Batista, Gillete e Embratel.

Desejo toda a sorte a Bruno Senna, que terá uma temporada decisiva para sedimentar e deslanchar sua carreira e onde a carta da inexperiência como atenuante por eventuais resultados inferiores aos de Pastor Maldonado não poderá mais ser tão justificável, visto que ele conhece todas as pistas e tem razoável quilometragem com F1 (mais que Maldonado) e até mais vivência com os novos motores Renault que passam a equipar a Williams esse ano. Mas honestamente? Acho que na soma geral Bruno não ficará atrás do venezuelano, não, pois é mais talentoso e inteligente, mas isso por enquanto é mero palpite.

Hoje de manhão o próprio Rubens falou em seu Twitter segundos antes da Williams anunciar:
"fala galeraa....pois é, não estarei guiando o carro da Williams este ano...desejo ao meu amigo muita sorte.O futuro esta em aberto..."

Sobre o futuro de Rubens Barrichello, vale um post próprio mais para frente, será que ele tem um plano B, repare que ele não falou de adeus à F1.