sábado, 28 de abril de 2012

SP Indy 300 - Classificação - de dentro da Penske

Abaixo está a classificação para o grid de largada da SP Indy 300 desse domingo. Acompanhei tudo de dentro dos boxes da Penske de Helio Castroneves, e por lá o sentimento foi misto. O piloto ficou decepcionado com sua posição, é óbvio, pois sentiu que foi muito conservado em suas tentativas após para evitar uma nova batida como havia tido no treino livre anterior, mas o sentimento da equipe e mesmo dele é que o carro está bem ajustado para a corrida, devendo ganhar várias posições ao longo das 85 voltas previstas, isso sem falar na chuva que pode rearranjar ainda mais as peças do tabuleiro.

Barrichello ficou realmente por pouco para passar para o Q2, mas ainda não foi dessa vez e assim como Kanaan, que larga imediatamente a sua frente e arriscou um ajuste completamente diferente (que não funcionou), pretende escalar posições ao longo da corrida, lembrando que diferente da F1, os carros podem ter suas regulagens alteradas entre a classificação e a corrida, participando do treino de warm up.

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Voltando à Penske, é interessante observar como o ambiente lá é de extremo profissionalismo, parecendo mais sisudos (mas não antipáticos) do que a maioria das demais equipes. Na indy a posição dos pilotos ao longo do pit wall obedece a ordem de largada da corrida anterior, de modo que quase todas as equipes tinham seus pilotos (e respectivas sub-equipes) bem separadas umas das outras. Roger Penske, quando ví, ficou no pit de Ryan Briscoe, o pole da última corrida, na última posição antes da saída dos boxes.

Nas posições da KV, por exemplo, apesar do igual profissionalismo, percebia-se um clima mais leve, talvez devido à presença de vários amigos e familiares de Barrichello e Kanaan enquanto a turma de Hélio, possivelmente conscientes da grande importância de não deixar Power disparar na disputa pelo título, estavam mais silenciosos e concentrados, pelo menos no periodo que fiquei lá.

Amanhã tudo pode acontecer, especialmente se a chuva realmente aparecer. Quanto a mim (esse ainda é um blog pessoal!) devo assistir ao menos parte da corrida de algum camarote para ver direito a prova, já que enquanto saracoteio de um lado para o outro atrás de informações durante os treinos não vejo nada do que acontece na pista e no fim da tarde venho com minha análise pós corrida!

Posição, Número do carro, Piloto Driver, Tempo
1. (12) Will Power, Dallara-Chevy, 01:21.4045
2. (10) Dario Franchitti, Dallara-Honda, 01:21.4485
3. (9) Scott Dixon, Dallara-Honda, 01:21.8545
4. (27) James Hinchcliffe, Dallara-Chevy, 01:21.9956
5. (28) Ryan Hunter-Reay, Dallara-Chevy, 01:22.2408
6. (18) Justin Wilson, Dallara-Honda, 01:22.2681
7. (38) Graham Rahal, Dallara-Honda, 01:21.8033
8. (14) Mike Conway, Dallara-Honda, 01:21.8122
9. (67) Josef Newgarden, Dallara-Honda, 01:21.8128
10. (2) Ryan Briscoe, Dallara-Chevy, 01:21.8495
11. (26) Marco Andretti, Dallara-Chevy, 01:21.8498
12. (11) Tony Kanaan, Dallara-Chevy, 01:22.5210
13. (8) Rubens Barrichello, Dallara-Chevy, 01:22.3939

14. (5) EJ Viso, Dallara-Chevy, 01:22.1404
15. (4) JR Hildebrand, Dallara-Chevy, 01:22.4321
16. (83) Charlie Kimball, Dallara-Honda, 01:22.1973
17. (77) Simon Pagenaud, Dallara-Honda, 01:22.4354
18. (19) James Jakes, Dallara-Honda, 01:22.3840
19. (7) Sebastien Bourdais, Dallara-Lotus, 01:23.1331
20. (3) Helio Castroneves, Dallara-Chevy, 01:22.4143
21. (25) Ana Beatriz, Dallara-Chevy, 01:23.2692

22. (20) Ed Carpenter, Dallara-Chevy, 01:22.9424
23. (78) Simona de Silvestro, Dallara-Lotus, 01:23.6762
24. (22) Oriol Servia, Dallara-Lotus, 01:23.4509
25. (6) Katherine Legge, Dallara-Lotus, 01:24.6042
26. (15) Takuma Sato, Dallara-Honda, Sem tempo

Enquanto isso na Indy



Uma das coisas que chamam minha atenção na categoria é a simplicidade com que se consegue conversar sobre assuntos técnicos e desportivos com os engenheiros, que te recebem com boa vontade. Ok, nenhum deles vai precisar o que faz sua equipe melhor que a rival nem se aprofundarão em minucias técnicas sobre os motores, principal enigma da categoria, já que Chevrolet, Lotus e Honda não contam nada para não dar pistas ao concorrente, mas ainda assim com um inglês bom dá pra saber de muita coisa, como já vim contando nos posts anteriores.


Outra maravilha é a real livre circulação que temos pelo pit-lane, diferente do que via nos tempos que trabalhei na F1 como Fiscal de Box onde a imprensa era e ainda é tratada quase que como uma visita inconveniente. Aqui entra-se na área das equipes analisa-se cada peça visível, fotografa, filma e com uma boa dose de bom senso para não atrapalhar, pode-se até chegar na mureta do pit-wall para conseguir algumas imagens dos pit-stops e da uma olhadinha no que mudam nos ajustes do motor e suspensão (não que eu conseguisse definir muitas peculiaridades de tais alterações).

O lado ruim é que enquanto você circula pelos bastidores livremente, acaba não sabendo de muita coisa que acontece na pista, como quem está sendo rápido, quem rodou, quem bateu etc salvo se algum desses incidentes ocorra justamente no trecho que você estiver no momento, algo em parte minorado por conversas com colegas.

Em resumo, se tecnicamente os carros da Indy não são tão avançados como os da Fórmula 1, no aspecto humano e de trato e relacionamento com a imprensa e fãs, os americanos estão várias voltas na frente.

Conversas ao pé do ouvido 3

Lembra que falei que o Group Lotus (fabricante de motores) não protestou contra as modificações implementadas pelos motores Honda? Então... segundo ouvi de algumas pessoas de dentro da Indy, essa tolerância pacífica pode ser na verdade uma tática para abandonar em breve a categoria. Explico.

Como o Group Lotus otus tem contrato com várias equipes e a categoria para fornecer motores e as condições para esse fornecimento são "X", com essa mudança nos motores japoneses as condições mudaram e agora, ainda de acordo com essa teoria, eles teriam um brecha legal para abandonar a categoria sem pagar pesadas multas ao fim do ano ou mesmo ainda durante ele.

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Vamos lembrar que as equipes Dreyer & Reinbold e Bryan Herta Autosport recentemente romperam seus contratos com a fornecedora inglesa, cujos motores (fabricados pela americana Judd) tem deixado muito a desejar em desempenho e durabilidade. A equipe de Herta sequer veio à etapa brasileira para se dedicar mais aos novos motores e carro para as 500 Milhas de Indianápolis, próxima etapa temporada.

Essa possibilidade de um futuro abandono do Group Lotus da F-Indy não é confirmada nem pelas partes envolvidas, mas em se considerando que a equipe de F1 de mesmo acaba de romper com o Group Lotus como sua patrocinadora principal por falta de pagamentos, essa não é absolutamente uma possibilidade tão remota, embora eles reiterado seu comprometimento com a categoria e prometido até um aumento nas verbas de desenvolvimento, mesmo permanecendo apenas com as equipes pequenas HVM e Dragon Racingau.