
Bruno Senna começa 2012 numa missão tão ou mais difícil que Felipe Massa: tem que ir muito bem - dentro da realidade competitiva de sua equipe - para garantir uma vaga no ano que vem, visto que seu contrato é só para 2012. Diferente de Felipe, entretanto, Senna, com muito menos tempo de estrada, não tem a seu favor o fato de ter corrido anos numa equipe de ponta nem de ter disputado um título mundial, então sua continuidade na categoria vai depender mais fortemente ainda de seu desempenho.
"Ah, mas ele tem patrocínios que o garantem!" dirá alguém. Médio.Como vimos,eles não foram o bastante para garantí-lo na Renault, por onde correu parte do ano passado e mesmo os patrocinadores só o apóiam porque esperam que ele corresponda. Uma temporada ruim em 2012 pode significar perda de parte desse importante apoio financeiro, então será na comparação direta com os resultados de Pastor Maldonado que ele tem que se destacar.
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Contra si Bruno tem o fato da Williams não ter um grande carro, por melhor que ele seja em relação ao péssimo carro de 2011, o que certamente não ajudará ele a se destacar muito no grid. Além disso terá que ceder seu
cockpit ao piloto de testes Valteri Bottas em 15 primeiros treinos livres de sexta-feiras, pois seu contrato exige isso, o que acarretará em menos tempo para se familiarizar com o carro e ajustá-lo para classificação e corrida que seu companheiro de equipe, Maldonado.

A seu favor Bruno tem, ao meu ver, a velocidade, consistência e maior inteligência, o que poderão evitar que se meta em batidas ou erros de julgamento tanto no que tange a estratégias de corrida como em ajuste de carro. Pelo que sei, tanto os mecânicos da Renault como os da Williams gostaram muito do
feedback técnico que ele apresentou, o que pode ajudar na busca dos resultados vitais para ele nesse ano, onde já não terá "o desconto" de estar numa equipe péssima e estreante (2010), nem de não ter participado de uma pré-temporada e ter que assumir um carro desconhecido no meio de uma temporada (2011). Em 2012 ele conhece o carro muito bem desde o começo, e ela pertence ao competitivo pelotão intemediário, mesmo que o FW34 "não seja lá uma Brastemp".
Vamos lembrar que o contrato de Bruno com a Williams vale só para 2012 e a julgar pelo mega-patrocínio de Maldonado e pelo tratamento "vip" que Bottas está recebendo esse ano (também leva um bom dinheiro), a dupla de 2013 parece já estar desenhada, de modo que de olho no ano que vem o brasileiro terá que impressionar muita gente lá dentro para mudar esse panorama ou mesmo para conseguir uma boa vaga (quem sabe uma melhor) na concorrência. Será que seu talento vai conseguir extrair leite dessa pedra inglesa? 2012 será sua maior e provavelmente derradeira chance na F1, então dedos cruzados.