quinta-feira, 1 de maio de 2014

O acidente de Senna - ao vivo na Globo

Senna bate após, ao que tudo indica, a barra de direção do seu carro se romper
Lembro muito vivamente de acompanhar pela TV Globo essas imagens, já reprisadas à exaustão nos programas de TV e internet ao longo dos anos.  Era o dia seguinte ao meu aniversário de 14 anos, e o acidente de Barrichello e de Ratzenberger nos dias anteriores estavam a assombrar a todos que acompanhavam a categoria com mais interesse. O motivo do acidente já é conhecido: a barra de direção de sua Williams se rompeu quando terminava de contornar a perigosa curva Tamburello, uma curva sem área de escape nem proteção contra impactos no muro.

Senna, desacordado, aguarda o socorro, que demora a chegar.
Mas outra coisa que lembrava muito bem era essa narração de Galvão Bueno, que ficou amalgamada em minha memória auditiva durante esses 20 anos, como a súbita elevação no tom de tom ano terminar a frase "...os carros atingem 300 quilômetros por hora" no momento do impacto, o inconformismo com a demora da chegada do socorro, a leve mexida de cabeça do piloto... Até existem fotos mais fortes e gráficas do atendimento após acidente por aí, mas não acho que trazê-las aqui some para alguma coisa.

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Dr. Sid Watkins chefia os primeiro trabalhos de atendimento médico.
Galvão, amigo de Ayrton Senna, se emocionou muito com o acidente e o subsequente atendimento médico, de forma que Reginaldo Leme meio que teve que assumir o papel de falar mais com o público pelo resto da transmissão da corrida enquanto o narrador tomava fôlego e ao mesmo tempo buscava saber mais informações sobre o estado do piloto.

Em seu livro de memórias, Dr. Sid Watkins contou mais sobre o momento do atendimento ao amigo brasileiro ainda na pista: "Ele parecia sereno. Eu levantei suas pálpebras e estava claro pelas suas pupilas dilatadas que ele havia sofrido um grande trauma cerebral. Nós levantamos ele do cockpit e o deitamos no chão. Quando o fizemos, ele suspirou, e embora eu não seja religioso, eu senti seu espírito partir naquele momento."

Aos que ainda se perguntam se naquela manhã de domingo ele "sentia que iria morrer", me parece bastante claro que não, haja vista que ele levava uma bandeira da Áustria no cockpit do seu carro para homenagear o falecido Roland Ratzenberger, num claro sinal que ele pretendia vencer - e portanto terminar a prova são e salvo.



Assim como nesse post de Ratzenberger de ontem, as imagens ainda são fortes. Esse fim de semana negro, junto com o grave acidente de Karl Wendlinger da Sauber na etapa seguinte (Mônaco) catalizaram uma série de mudanças fundamentais para a dramática elevação dos padrões de segurança da Fórmula 1, que desde então não teve mais mortes em suas corridas. Alem disso, ainda em vida, Ayrton Senna criou o Instituto Ayrton Senna e que acabaria por perpetuar e multiplicar seu legado de grandeza para milhões de crianças carentes que foram atendidas nas últimas décadas,

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