domingo, 3 de abril de 2011

Gustavo Sondermann

Hoje presenciei um acidente fatal em Interlagos. Gustavo Sondermann morreu a pouco em consequência de uma forte batida na corrida chovosa da Copa Montana na curva do café, a mesma que viu a vida de Rafael Speráfico se esvair no fim de 2007.

Antes de buscar culpados vou serenar, acalmar e lembrar que automobilismo é mesmo perigoso e Interlagos é a pista mais segura do Brasil, aprovada pela sempre exigente FIA.

Minha solidariedade vai para a família do Gustavo, que agora esta mergulhada no desalento, na mais profunda e aterradora dor que ha.

Até amanhã.

ATUALIZADO: O hospital divulgou o boletim oficial do Gustavo Sondermann. Ele teve traumatismo craniano grave, hemorragia cerebral difusa e fratura da primeira vértebra cervical, que interrompeu o fluxo sangüíneo para o cérebro, tornando o quadro irreversível.
Daqui 10 horas vão repetir o exame neurológico para reconfirmar que não ha mais atividade cerebral (é o protocólo em situações como essa).

ATUALIZADO 2: Segundo o jornalista Octavio Muniz, uma fonte do hospital teria lhe contado que o problema foi que a proteção de pescoço de Gustavo (o equipamento "Hans") não estava bem presa, e o piloto ficou com a cabeça solta, podendo torcer o pescoço para qualquer lado na hora do impacto.







SPP e a Stock-Car



Estou na Stock Car em Interlagos. É interessante comparar o clima do evento, em tese o maior do Brasil com o da Formula 1, a maior do mundo que corre mesmo lugar. Claro que as instalações, luxo e até "fauna" local são compreensivelmente menos exuberantes, mas ainda assim algo desagradável liga as duas categorias: A "SPP". A "Síndrome do pequeno poder" é aquela doença que abate pessoas que normalmente tem vidas pacatas e ordinárias mas que vez ou outra por terem credenciais plásticas penduradas no pescoço se imbuem de transitória autoridade e se pavoneiam em exibi-la tal como suas rotundas barrigas.

Passeando pelas entranhas sociais do autódromo é comum cruzarmos com esses tipos, que se dividem em funcionários de segundo escalão da organização e convidados vips.

Na Formula 1 eles são mais numerosos e de fato mais poderosos (os dirigentes), mas nas categorias nacionais os do segundo grupo, os "vips", são os mais salientes em suas ações de auto afirmação.

Curioso esse mundo do automobilismo em que muitos orbitam e poucos de fato apitam. Felizmente na pista o espetáculo vale a pena, seja na Formula 1 seja na Stock. Quando puderem vão aos autódromos, é bem diferente da TV.