segunda-feira, 17 de maio de 2010

A volta da família Griswold

Quem tem mais de 20 anos certamente vai se lembrar dos filmes "Férias Frustradas" que passavam na sessão da tarde. Eis que depois muito tempo fizeram um curta-metragem reunindo parte da família, se tiverem um pouco de tempo (cerca de 12 minutos) vejam:

O dilema da Williams

Como alguns de vocês tem percebido, o desempenho dos motores Cosworth está deixando a desejar. Por se tratar de um motor novo, é natural que seu desempenho seja menos forte que os de seus rivais, mas o fato dele estar liberado do congelamento até o inicio de Março, teria lhe dado condições de avançar onde as outra fabricantes estão restritas a mudanças mínimas.

Pois bem, o campeonato começou, as restrições passaram a valer para a Cosworth também e as melhorias esperadas partir desse momento passaram a ser bem mais reduzidas. Esse congelamento de que tanto se fala é relativo, pois o motor pode sim ser alterado em coisas mínimas, como compostos dos materiais, mapeamento da injeção eletrônica, desenho do escapamentos e outras minúcias técnicas, todos fatores que influenciam no desempenho. A prova disso é o motor Ferrari, que como os demais estava congelado desde o fim de 2006, mas só esse ano passou a quebrar. Ora, se ele não quebrava e passou a quebrar é porque algo mudou(*)... Mudou na tentativa de deixá-lo mais econômico, o que seria seu ponto fraco no ano anterior.

Com o passar dos GP´s, o Cosworth mostrou ter boa potência e torque, mas duas questões estão incomodando seus clientes: 1- A potência só é boa em altas rotações, o que faz com que o desempenho do carro no resto da faixa de giros seja sofrível, pois há um "buraco" até chegar à rotação onde o motor se mostra mais forte. Isso prejudica sobretudo nas saídas de curvas, e acelerações. 2- Perda de potência com o desgaste dos motores. Os motores que tem que durar cerca de 3 GPs tem perdido potência conforme vai ficando velho, todos os motores sofrem disso, mas os Cosworth estariam sendo especialmente afetados nesse quesito, fazendo com que a perda de desempenho seja substancial em relação aos rivais.

Com isso Williams e Lotus começam a prospectar alternativas para 2011. A Lotus estaria em conversações com a  Renault e a Williams tentaria Renault além da a Mercedes.



Ocorre que diferente da Lotus, a cobrança por resultados na Williams é imediata, pois chegar em 5º, 6º, 7º ou mesmo 8º lugar no campeonato tem grande importância para ela, especialmente quando suas rivais são tão competitivas como Renault, Force-Índia e até Toro-Rosso .Mas ate a troca de motor, por melhor que ele seja, levaria a equipe a mais um ano de transição, tendo que entender o funcionamento do motor e projetar o carro segundo os pesos, medidas, desempenho e consumo desse desse motor (quanto mais econômico for, menor o tanque, mudando a distribuição de peso) e isso sempre leva algum tempo e muito planejamento e investimento para se entender e extrair os melhores resultados.

Como sabemos a Williams não tem mais um orçamento gigantesco, mas sim um bom e enxuto valor que lhe permite uma evolução razoável ao longo de uma temporada, então se por um lado eles precisam de um motor que lhes permita ser rápidos desde já, por outro eles já tem uma parceira atualmente que não esconde que quer crescer junto com eles e agradá-los.

A pergunta que Frank Williams e Patrick Head devem estar se fazendo é: Vale a pena trocar de motor e começar algo completamente novo (de novo) com os riscos, gastos e eventuais retrocessos que isso acarreta mas ter a certeza de um motor melhor de um grupo automobilístico com recursos ilimitados para investir nele ou vamos seguir apostando nos Cosworth que poderiam melhorar mesmo não contando com uma montadora bilionária por trás, mas que nos tratam como seus clientes principais e que não deverão sumir da F-1 de uma hora para outra como grandes montadoras fazem (Peugeot, Ford, Honda, BMW, Toyota...)

Segundo se lê e se comenta nos bastidores, a Cosworth apresentaria na Turquia uma pequena evolução de seus motores, dentro do que o restrito regulamento permite. Esse pode ser o um importante teste para que a equipe inglesa bata o martelo se vai manter o seu atual  fornecedor de motores ou se realmente vão atrás de outro já consolidado, pois o avanço seria insuficiente. Para a fábrica de motores, a aposta também é alta, pois eles querem e precisam de uma equipe de ponta e estruturada como a Williams para servir de base sólida para o seu desenvolvimento e avanços e não correr o risco de ficar carimbada como motor ruim de carros ruins, além da importância do prestigio de ser parceiro da escuderia de Grove

Não esperem uma grande evolução do motor nem uma decisão definitiva a esse respeito tão já, mas o GP da Turquia poderá ser um importante passo no ganho ou perda da confiança que a Williams deposita em sua parceira, a probabilidade maior é pela troca de fornecedor, mas de qualquer maneira essa decisão não passa de julho, pois o carro de 2011 já tem que nascer com seu motor definido.

ATUALIZADO:

* Apos essas várias quebras a FIA autorizou a Ferrari a retrabalhar o seu motor apenas para melhorar sua durabilidade, mas especialistas acreditam que junto com a maior resitência dos motores, eles ganharam cerca de 12 cavalos de potência.

As novidades da Williams

Muito se falou das atualizações que a Williams teria trazido para Mônaco, que seriam 2: asa dianteira e aerofólio traseiros novos.A asa dianteira, se olharmos com muito cuidados nas fotos abaixo, vermos que não há diferença alguma. Eu pelo menos não consegui ver, (se alguém conseguir, me mostre). Na asa traseira entretanto vemos claras diferenças: No destaque (1) vemos que na base da asa principal havia um buraco, provavelmente uma passagem de ar que agora é menor, tem outro formato e se encontra mais acima, no centro da asa. Nas laterais (2) percebemos que os pequenos filetes laterais que permitiam passagem de ar mudaram de formato, sendo agora arqueadas e menos numerosas, veja as fotos (clique para ampliá-la):