segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os patrocínios da Williams

Quando Pastor Maldonado apontou o FW32 na reta do monumento de "los Próceres" em Carácas, capital Venezuelana, para a exibição de sua nova equipe em 2010 em frente a seu povo e presidente, grande foi a euforia dos presentes, extasiados em ver um Formula 1 acelerando ao vivo na sua frente.
Pastor acelerou nas duas pequenas e onduladas pistas que compõem o monumento e depois fez os "zerinhos" também já tradicionais em exibições desse tipo e depois foi render suas homenagens a seu padrinho e "amigo pessoal", Hugo Chávez.

Tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas para os que acompanham a F1 mais de perto o que mais chamou atenção foram os espaços vazios na carenagem do carro inglês (Foto-1).

Se olharmos atentamente veremos a marca Oris, de relógios suíços, a óbvia PDVSA, petrolífera Venezuelana trazida com chegada de Maldonado e que bancou o evento e sobre o bico alguns pequenos adesivos da Randstad, GAC, Ridge Solutions, AT&T e Thomson Reuters, sendo que esses 2 últimos ocupam menos espaço na carenagem do carro que no ano passado (Foto-2).
 
Se olharmos no site da Williams, notamos que além da Philips, RBS e Air Asia, marcas que já haviam anunciado sua saída da equipe no fim do ano passado, outras como Accenture, Hell Energy Drinks e Allianz, também deixaram o barco, além de, é claro, Bridgestone que saiu da Formula 1.

Com todos esses buracos maiores ou menores no orçamento desse ano fica a pergunta: Será que a Williams conseguirá desenvolver seus carros no mesmo ritmo de suas rivais diretas? Será que a chegada da PDVSA será suficiente para preencher a lacuna financeira deixada por todos esses parceiros saídos? Será que o sexto lugar conseguido no campeonato de construtores lhes renderão dinheiro (de direitos de imagem, pagos por Bernie Ecclestone) bastante para reforçar-lhes o caixa? Perguntas todas muito válidas e um pouco preocupantes. Adam Parr, presidente da Williams garante em tranquilas declarações que as finanças da equipe estão ótimas e que a temporada 2011 já está toda financiada com os acordos fechados. Além disso, a equipe recebe um "bonus" anual de Bernie Ecclestone por ser antiga na F1 (fará 34 anos na categoria em 2011), algo que Force Índia por exemplo, não tem direito. Só como curiosidade McLaren e Ferrari recebem valores ainda maiores por serem ainda mais antigas - 45 e 61 anos respectivamente.

Antes que algum leitor entre em desespero, imaginado a equipe se arrastando sem dinheiro temos que lembrar que a pintura do carro 2011 não é essa das fotos, então a Williams pode sim estar guardando para o lançamento do carro novo dia 1º de Fevereiro algum/alguns novos patrocinadores que não quiseram aparecer no evento de Hugo Chávez. Além disso poderão angariar novos apoios ao longo dos testes de inverno se mostrarem um bom ritmo e mesmo durante a temporada, algo que aconteceu com algumas equipes na história recente da F1.

A ver.