quarta-feira, 12 de março de 2014

Guia (do começo) da temporada

Com base nos resultados pouco precisos dos 12 dias de testes coletivos realizados na Espanha e no Bahrein, algumas poucas coisas começam a se desenhar no horizonte para as 11 equipes presentes nessa temporada 2014 da Fórmula 1. Vou agoramecânicas humildtambémpalpites sobre o que podemos  uma delas nessa fase inicial desse campeonato que - repito - promete ser um dos mais imprevisíveis e mutáveis dos últimos tempos:

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MERCEDES: Aparentemente o carro mais rápido e confiável do pelotão. Fez boas simulações de corrida e classificação e por ser a fabricante do próprio motor é de se supor que tenha uma sinergia melhor com o melhor motor do grid. sua dupla de pilotos é muito forte, com Nico Rosberg despontando como favorito interno - e assim para o título - por sua maior regularidade. Se o Lewis Hamilton de 2014 se apresentar emocionalmente estável poderá virar esse jogo

WILLIAMS: Tida como a segunda força do grid no momento, se beneficia de um carro que parece ser bem nascido (graças Pat Symonds e as novas contratações técnicas) e do competente motor alemão. Segundo alguns especialistas, ela poderá até ser a melhor equipe do grid com base nos resultados de algumas simulações de corrida que realizaram. Felipe Massa está motivado e emocionalmente renovado na equipe, louco para mostrar que ainda pode ser campeão. O veloz Valtteri Bottas vem para o seu segundo ano e deve dar trabalho a Massa. O grande desafio da equipe será investir para manter sua aparente competitividade ao longo do ano todo, algo que não conseguiram em 2012 quando tiveram um carro bom só durante a primeira metade do ano.

FERRARI: Não são poucas as vozes que acreditam que a Ferrari escondeu o leite nos testes de inverno. Alguns acham que eles até mediam os tempos de voltas em pontos diferentes para confundir os rivais para não despertar uma reação mais forte desde cedo, outros porque talvez ainda não conseguiram fazer seu motor totalmente confiável a ponto de poderem tirar tudo dele... Em breve saberemos a verdade- que pode mudar a cada corrida. Sua dupla Fernando Alonso e Kimi Raikkonen é uma das mais fortes, senão a mais forte do grid e será interessante ver como a equipe vai lidar com dois galos em seu terreiro.

LOTUS: Com o carro lançado mais tarde que todas as outras, equipado com os ainda pouco testados e frágeis motores Renault, sendo o carro que menos andou e com uma equipe técnica que perdeu vários nomes, dificilmente a Lotus repetirá esse ano o êxito visto 2012 e 2013. Pior para sua dupla de pilotos, muito veloz mas talvez ainda sem maturidade comprovada, sobretudo com Pastor Maldonado. A falta um nome de maior peso e experiência para liderar moralmente a equipe e contribuir mais ativamente no desenvolvimento do carro pode pesar e deve ser observada. Será que Romain Grosjean ou mesmo o venezuelano conseguirão assumir esse posto?

RED BULL: Outra equipe afligida pela fragilidade dos motores Renault, a campeã de 2013 ainda tem um fato a mais jogando contra: o desenho super esguio do carro projetado por Newey esse ano prejudicou de sobremaneira a refrigeração do conjunto motriz/elétrico contribuindo para piorar ainda mais sua durabilidade e já está sendo parcialmente reprojetado. Mas não se iludam; uma vez que acharem o caminho certo deverão brigar por vitórias, pois quando consegue rodar sem problemas o carro se mostrou muito rápido em curva. Sebastian Vettel deve ser o líder e Daniel Ricciardo, embora prometa o contrário, deverá ter um pouco menos de atenção da equipe, como Webber.

McLAREN: Depois do super tombo do ano passado, tem que vir com um carro que dispute as primeiras posições e embora não tenha se destacado com grande contundência nos testes, deve mesmo ter um ano melhor. Mas quão melhor? O experiente Jenson Button disse que ainda não estão onde gostariam, mas com a liderança de Ron Dennis e Eric Bouillier devem reagir melhor que em 2013. Kevin Magnussen é talentoso e como novato deve ser observado de perto. Com a estréia da Honda em 2015, a relação com a Mercedes vai esfriar ao longo do ano, provavelmente atrapalhando um pouco as coisas por lá.

FORCE ÍNDIA: Outra beneficiada pelos motores alemães, a equipe de meio de pelotão parece ter feito um bom carro esse ano (tem quem ache saem melhores que a McLaren) e marcou bons bons tempos nas mãos da forte, e jovem dupla Nico Hulkenberg e Sérgio Perez, que querem provar serem merecedores de vagas em equipes grandes. Assim, deve pontuar com frequência e quem sabe até beliscar pódios se as favoritas tropeçarem, algo mais possível no inico do ano com os problemas na turma da Renault.

SAUBER: Não mostrou ter um carro particularmente rápido como em 2012 nas mãos, mas também não parece ter uma bomba. A luta deve ser para pontuar mesmo, salvo se o motor Ferrari desabrochar de uma hora para outra permitindo vôos mais altos. Se a dupla de pilotos Adrian Sutil e Esteban Gutierrez não é exatamente de encher os olhos, ao menos combina boas doses de experiência e velocidade. Será que os suíços conseguirão fazer seu carro evoluir ao longo do ano? A segunda metade de 2013 provou que podem.

TORO ROSSO: Enfrentando menos problemas técnicos que sua irmã mais rica, o objetivo dela é o mesmo dos outros anos: ser competitiva mas ficar no meio do pelotão como equipe que seleciona e eventualmente abastece a matriz de pilotos. Para esse ano houve duas grande mudanças: a chega do piloto novato russo campeão da GP3 Daniil Kvyat ao lado de Jean-Eric Vergne e a troca (a essas alturas duvidosa) dos motores Ferrari pelos Renault.

CATERHAM: Em tese esse deveria ser o ano em que a Caterham marcaria seu primeiro ponto, pois eles abertamente fizeram um carro de 2013 sem grandes novidades exatamente para poderem se dedicar ao modelo desse ano. Só que segundo as palavras de Kamui Kobayashi o carro ainda é lento, graças aos ainda frágeis motores Renault. Se servir como motivação, das equipes equipadas com propulsores franceses eles foram de longe os que mais andaram, mas nunca marcaram tempos bons (se é que tentaram). O novato sueco Marcus Ericsson será o companheiro do japonês, quem tem essa que parece ser sua última chance na categoria.

MARUSSIA: Das nanicas sobreviventes a equipe russa aparece ter o melhor carro. Conseguiu marcar uma volta razoavelmente rápida que, se repetida na realidade de uma classificação ou corrida, os colocaria até no pelotão intermediário. Mérito de uma gestão enxuta e dos novos motores, câmbio e suspensões traseiras fornecidos pela Ferrari, com quem agora mantém uma parceria técnica. Caso tenham mesmo um bom começo, com o menor orçamento do grid será um grande desafio se manterem competitivos ao longo do ano no disputado pelotão do meio. Jules Bianchi e Max Chilton continuam na equipe.

Por fim, vale salientar a importancia da economia de combustivel nessa temporada, provavelmente acarretando num ritmo de corrida mais conservador do que o visto nas classificações e ainda assim com o risco de, além das provaveis quebras mecânicas, haver também alguns abandonos por pane seca em certas nas etapas!