terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Grandes mulheres, grandes carros 2


Hoje é dia de Ângela e o Ford Maverick

Ângela Maria Diniz Gonçalves, nascida no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1949, começou a estudar piano clássico já aos 5 anos de idade. Na sua juventude, foi musicalmente influenciada por Maysa (sim, a do seriado), Ella Fitzgerald e Jacques Brel. Na década de 60, no auge da ditadura militar, mudou-se para Londres, onde trabalhou em restaurantes e cantou em Pubs.

Em sua volta ao Brasil, nos anos 70, ela foi contratada pela Polygram, gravando inúmeros sucesso, de sua autoria, como Meu Grande amor e Meu mal é a Birita, tendo como uma de suas características a vóz grave e rouca (daí o " ") e a pronuncia com forte acento carioca, sobretudo nas letras "r". Sua vida pessoa, igualmente marcante, foi marcada por escândalos, graças a seu temperamento forte, alcoolismo e uso de drogas. Exemplos de polêmica vão desde sair de um programa de televisão ao vivo, passando por acusações de que teria agredido sua então namorada Zizi Possi e o incêndio de seu próprio apartamento. Depois desse período conturbado, no início dos anos 2000 ela largou as drogas e o álcool, emagreceu e voltou a fazer sucesso, apresentando um Talk-Show no Canal Brasil, lançando CD´s, DVD´s e ganhando prêmios como cantora.

O Ford Maverick foi o primeiro "muscle car" produzido no Brasil, a partir de 1973, ainda que seu projeto seja dos EUA, de 1968. No país, seus motores eram inicialmente um 3.0L 6 cilindros em linha ou o importado 5.0L V8. Depois o 3.0, lento e beberrão, foi substituído pelo 2.3L 4 cilindros, mais rápido e econômico, mas a má fama do motor antigo comprometeu as vendas desse também, pois os consumidores pensavam, "se o antigo que era maior, não andava, imagine esse". O carro em sua versão 2 portas e com motor V8 era muito veloz e querido pelo público, apesar da visibilidade ruim e espaço apertado para quem vai no banco de trás. Com o passar dos anos, ele sofreu pequenas modificações estéticas e mecânicas e chegou a ter uma versão especial "quadrijet" com carburador de corpo quadruplo mudanças no motor, que o fazia chegar de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos e atingir 205 km/h de velocidade máxima, o recorde nacional da época.

No fim da década de 70, a fama de beberrão do carro e suas formas tidas como datadas, bem como a adoção de modificações estéticas duvidosas e o motor 2,3 como item de série, fez com que suas vendas caíssem, tendo assim sua produção encerrada em 1979, com mais de 108 mil carros vendidos. Durante a década de 80 o preço dos modelos usados caiu muito, tornando-se um carro rejeitado pelo mercado, mas na década de 90 e 2000 seus modelos usados voltaram a ser cultuados e valorizados, especialmente as versões V8.

A relação entre Ângela e os Ford Maverick se da porque ambos eram belos e beberrões, fazendo muito sucesso no passado, dando uma sumida no fim da década de 80 e inicio de 90, dando a volta por cima e tornando a ser admirados e cultuados - merecidamente - nos dias de hoje.