E as semelhanças terminam por aí. Isso porque o carro que a Sauber herdou da BMW, ao contrário da Brawn, era uma modelo lento e pouco confiável, que teve sua estrutura alterada para receber os motores italianos da Ferrari ao invés dos alemães da BMW, com dimensões e estruturas um pouco diferentes, mas o suficiente para fazer-lhes perder valiosas semanas e milhões no inverno nessas adaptações quando poderiam estar se dedicando ao desenvolvimento do modelo.
Nessas condições o veterano e experiente Peter Sauber retomou as rédeas da equipe e com o pouco dinheiro que os alemães lhe deram para passar o ano de 2010, apostou em um jovem piloto de perfil arrojado, mas ainda não devidamente testado e cujo salário não seria um empecilho e um veteraníssimo piloto de testes da poderosa Mclaren, também barato de se manter, respectivamente o japonês Kamui Kobayashi e o espanhol Pedro de la Rosa.Nos testes de inverno mostraram uma velocidade que na temporada não se repetiu, talvez numa tentativa de angariar patrocinadores antes do inicio do ano. Se foi o caso, não funcionou, e correram praticamente o campeonato todo com a carenagem dos carros em branco.
No inicio do ano o carro mostrou-se lento e pouco confiável, apresentando varias quebras mecânicas, inclusive nos ainda frágeis motores Ferrari que viriam a sofrer alterações com autorização da FIA. Depois de desempenhos realmente fracos, a chegada de James Key vindo da então relativamente forte Force-Índia, mudou as coisas de figura. Ele se debruçou sobre o carro e retrabalhou seus pontos fracos a ponto de na metade do ano a Sauber já estar se metendo rotineiramente na zona de pontos. Prova disso é que dos 44 pontos conquistados nesse ano, 43 foram a partir da 9ª etapa, após a intervenção de Key. E o grosso desses pontos (32) vieram sob a condução do arrojado Kobayashi, deixando a imagem de de la Rosa bastante prejudicada a ponto do espanhol perder sua vaga para Nick Heidfeld, que conseguiu uma razoável melhora, mas ainda mantendo-se atrás de Kobayashi na média de desempenho.
As perspectivas para 2011 são melhores. Não darão nenhum salto gigantesco, mas com o anúncio da chegada do patrocínio da Telmex junto ao novo piloto Sérgio Perez, certamente iniciarão a temporada com uma equipe técnica já mais sólida e com mais tempo focado para o planejamento do carro em sí, não tendo mais que dividir suas atenções com temas como a sobrevivência do time e intrincadas adaptações mecânicas de última hora. Resta saber se a dupla de pilotos sem muita experiência limitará o desenvolvimento do carro ao longo do ano.

