quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Balanço da temporada: Sauber

A equipe Sauber viveu esse ano algo parecido com o que a Brawn viveu em 2009: Foi o que restou de uma operação mal-sucedida de uma grande montadora na Formula 1 e que resolveu sair da categoria em cima da hora, jogando a batata quente de manter a equipe no colo do chefe dela, que tiveram que se virar com um orçamento bem menor e a falta de um planejamento mais apropriado.

E as semelhanças terminam por aí. Isso porque o carro que a Sauber herdou da BMW, ao contrário da Brawn, era uma modelo lento e pouco confiável, que teve sua estrutura alterada para receber os motores italianos da Ferrari ao invés dos alemães da BMW, com dimensões e estruturas um pouco diferentes, mas o suficiente para fazer-lhes perder valiosas semanas e milhões no inverno nessas adaptações quando poderiam estar se dedicando ao desenvolvimento do modelo.

Nessas condições o veterano e experiente Peter Sauber retomou as rédeas da equipe e com o pouco dinheiro que os alemães lhe deram para passar o ano de 2010, apostou em um jovem piloto de perfil arrojado, mas ainda não devidamente testado e cujo salário não seria um empecilho e um veteraníssimo piloto de testes da poderosa Mclaren, também barato de se manter, respectivamente o japonês Kamui Kobayashi e o espanhol Pedro de la Rosa.

Nos testes de inverno mostraram uma velocidade que na temporada não se repetiu, talvez numa tentativa de angariar patrocinadores antes do inicio do ano. Se foi o caso, não funcionou, e correram praticamente o campeonato todo com a carenagem dos carros em branco.

No inicio do ano o carro mostrou-se lento e pouco confiável, apresentando varias quebras mecânicas, inclusive nos ainda frágeis motores Ferrari que viriam a sofrer alterações com autorização da FIA. Depois de desempenhos realmente fracos, a chegada de James Key vindo da então relativamente forte Force-Índia, mudou as coisas de figura. Ele se debruçou sobre o carro e retrabalhou seus pontos fracos a ponto de na metade do ano a Sauber já estar se metendo rotineiramente na zona de pontos. Prova disso é que dos 44 pontos conquistados nesse ano, 43 foram a partir da 9ª etapa, após a intervenção de Key. E o grosso desses pontos (32) vieram sob a condução do arrojado Kobayashi, deixando a imagem de de la Rosa bastante prejudicada a ponto do espanhol perder sua vaga para Nick Heidfeld, que conseguiu uma razoável melhora, mas ainda mantendo-se atrás de Kobayashi na média de desempenho.

As perspectivas para 2011 são melhores. Não darão nenhum salto gigantesco, mas com o anúncio da chegada do patrocínio da Telmex junto ao novo piloto Sérgio Perez, certamente iniciarão a temporada com uma equipe técnica já mais sólida e com mais tempo focado para o planejamento do carro em sí, não tendo mais que dividir suas atenções com temas como a sobrevivência do time e intrincadas adaptações mecânicas de última hora. Resta saber se a dupla de pilotos sem muita experiência limitará o desenvolvimento do carro ao longo do ano.