sábado, 3 de abril de 2010

Shopping "ruim"

Ontem fui a um Shopping de São Paulo para assistir um filme. Não vou dizer qual era, mas quem mora em grandes cidades como São Paulo sempre saberá identificar um desse nas suas cercanias. Fui nele por movido por uma nostalgia, pois é perto de minha casa e o frequentava muito na minha infância. Fazia tempo que não ia nesse shopping e lembrava-me que ele era agradável, espaçoso, tranquilo ou pelo menos meus olhos de criança o tornavam palatável.

Pois voltei ao shopping e assim que entrei, lembrei porque não o freqüentava mais. Ele mudou: Gente feia acumulando-se pelos corredores, adolescentes barulhentos andando em alcatéias, centenas de casais achando que estão fazendo um programa romântico... Romântico? Rodar 20 minutos atrás de vagas no abafado estacionamento subterrâneo, se acotovelar numa escada rolante ou no elevador para poder disputar uma mesa suja e melada pra jantar comida gordurosa sem graça numa praça de alimentação projetada para amplificar o som das conversas animadas e particularmente o choro de crianças, passar perrengue na fila do ingresso de cinema e depois enfrentar uma outra fila de meia hora para entrar na sala (nesse shopping não ha vendas de ingressos com lugares marcados) e ainda ter que aturar cheiro de churro por onde quer que você ande? Nem Marilyn Monroe conseguiria agregar algum romantismo a esse ambiente pérfido.

Pode ser que eu esteja especialmente rabugento devido a um feriado mal aproveitado “viajísticamente” falando, mas mesmo assim fui a esse shopping com a melhor das intenções, querendo me divertir, não me deparar com um horda de visigodos despejados de ônibus fretados, conferindo aos corredores particularmente em feriados, uma excessivo ecletismo estético, ruidoso e oloroso. Não adianta reformar a fachada, mudar o piso, colocar teto de gesso novo, o problema desses shoppings é que ele não está preparado para receber tanta gente e mais do que isso, ele não sabe o público que quer focar, criando uma mistura geral.

Mas dou o meu o meu braço a torcer. Essa mistura de gente, como um liquidificador humano, com esbarrões e encontrões involuntários agrada muita gente. Não agrada a mim, mas agrada à maioria, ou eles não lotariam o famigerado shopping. E viva a diversidade.