segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Flanelinhas assassinos!



Com a onda de e-mails que entopem a internet com alertas sobre meninos de semáforo que ao invés de limpar os vidros dos carros com borrifadores de água e flanelas, usariam ácido, resolvi relatar o ocorrido comigo em situação semelhante...

Outro dia eu estava dormindo no meu quarto, quando um garoto, daqueles com um borrifador plástico (tipo Vidrex) e uma flanela nas mãos me acordou pedindo por dinheiro. Eu abri os olhos, ainda com sono, tentando entender o que estava acontecendo e como ele fora parar no meu quarto. Minha reação natural foi falar para ele não me levar a mal, mas que não dormia com dinheiro nem moedas. Diante da minha negativa, ele virou a cabeça para cima e com olhos fechados e soltou um grito apavorante seguido de duas tosses secas e borrifou ácido em minha face, que começou a borbulhar e queimar. Por sorte tinha a meu lado um Anulador de Ácidos e Todos Os Seus Efeitos, que logo apliquei, com movimentos circulares, em meu rosto, anulando assim as todas as incoveniências de eventuais deformidades oriundas do atentado. Em seguida saí correndo pelo corredor, vestido só de pijamas, e ele me perseguindo. A essa altura ele já havia se livrado do borrifador e estava com um enorme machado a me perseguir, gritando frases desconexas que relacionavam de alguma maneira os termos "ódio", "berinjela" e "Guiné-Bissau".

Depois de eu correr pelas salas, ele sumiu do meu encalço, mas depois de alguns segundos, lá estava ele, impávido, na minha frente, com um fuzil M-16 em cada braço atirando diretamente em mim como num filme de Chuck Norris! Eu me joguei para o lado, rolando como um tatu-bola e dei de frente com um grupo de mercenários, todos usuários de drogas, que ao mesmo tempo em que fumavam cachimbos de crack, tentavam me matar com golpes de malabares tóxicos, atirando com metralhadoras, pistolas, granadas e até dinamites.


Consegui me esgueirar pela porta entreaberta (na certa a porta por onde os mal-feitores adentraram o recinto) e alcancei o jardim de minha casa. Mas esses flanelinhas são ardilosos! Eles colocaram minas terrestres por todo o caminho, me obrigando a saltitar como uma garça com as pernas esticadas, para não explodir. Depois, alguns metros à frente, ainda sobre campo minado, o grupo de renegados saiu da casa se juntando a uma turba enfurecida de garotos e garotas de semáforo e iniciaram disparos contra mim. Eu me joguei atrás dos arbustos. Mas para que!? Para dar de frente com outra milícia de descamisados odiosos com lança-chamas e canhões atirando a plena força contra esse que lhes escreve.

Com minha musculatura altamente desenvolvida e intelecto fantásticamente atilado, iniciei uma longa corrida por dentre as árvores, mas aquela gente já havia se preparado, permeando o solo com milhares de escorpiões, cobras venenosas, sanguessugas, leões e até 3 ou 4 aquários estrategicamente localizados com tubarões, jacarés e piranhas famintas em seu interior. Para evitar a morte certa, agarrei-me num cipó e por dentre as copas das árvores, uma a uma, empreendi fuga, ainda sob o som de flechas zunido, explosões e fogo de artilharia pesada.
Ao final, pulei um muro de 10 metros e rolei controladamente por um despenhadeiro de 600 metros, procurando desviar de pedras pontiagudas que, de certo haviam sido previamente colocadas lá pelos meliantes com a única finalidade de me ferir, e nos últimos metros, com uma grande pirueta a lá Diego Hipólito, saltei a grade de arame farpado eletrificado e ganhei a rua.

Mas ai de mim! Dei de cara com um grupo de mendigos sanguinolentos que jogavam jornal velho em chamas em mim ao som de impropérios e escarradas tóxicas. Desci um, dois, quarenta e oito quarteirões correndo e entrei num Porsche que sempre deixo com o motor ligado para o caso de situações como essa, e fui à delegacia mais próxima. Depois de relatar o ocorrido, fui informado pelas autoridades que essa atitude dos garotos de cruzamento é algo muito ruim e reprovável.

Fiquem alertas e avisem seus amigos e familiares, guardada uma ou outra tinta mais forte em meu relato, pelo que recebo pelos e-mail o que temos nas ruas é bem por aí...