quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Balanço da temporada: Toro Rosso

A melhor das equipes pequenas e irmã menor da campeã Red Bull, a Toro Rosso iniciou o ano de 2010 com um desafio maior do que nas temporadas anteriores. Por imposição da FIA teve que construir seu próprio carro e não mais utilizar o mesmo da Red Bull com as pequenas modificações e adaptações necessarias aos diferentes motor e câmbio que utilizava, como vinha fazendo desde sua criação.

Com esse desafio em mente tiveram que reestruturar seu já enxuto orçamento para turbinar sua fábrica e área de projetos, que estavam estagnados desde que compraram a pequena equipe Minardi no fim de 2005.

Como consequência inicial mais óbvia tivemos um chassis 2010 (o STR-5) largamente baseado no de 2009, último herdado da Red Bull e que havia sido concebido pelo aclamado Adrian Newey mas que já não havia feito milagres nas mãos dessa equipe naquele ano. O resultado é que as alterações sofridas transformaram o carro num competidor apenas mediano e o baixo orçamento disponibilizado pela matriz Austríaca durante a temporada também não ajudou muito a equipe na sua competição contra rivais mais fortes como Sauber, Force-Índia e Williams, de quem se distanciaram conforme seu carro foi se tornando defasado evolutivamente.

Seus pilotos, o espanhol Jaime Alguersuari e o suíço Sebastien Buemi, tiveram desempenhos razoáveis durante a temporada, sem nenhum momento espetacular mas sem entretanto passar vexames. Talvez o ponto alto tenha sido a disputa por mais de trinta voltas entre Alguersuari e um ainda enferrujado Michael Schumacher no GP da Austrália. De qualquer modo nenhum dos dois despertou paixões de seus chefes, especialmente Buemi de quem por sua maior experiência, se esperava mais.

A consequencia direta é que apesar de ambos terem seus contratos renovados para o ano que vem, começam a temporada 2011 pressionados pelo piloto reserva Daniel Ricciardo, que mostrou grande velocidade no teste para novatos em Abu Dhabi, e que vai correr no carro de um deles, alternadamente, no primeiro treino livre de todas as sextas-feiras de GP´s e poderá substituí-los caso a chefia ache que um deles não esteja correspondendo às expectativas, como coube ao próprio Alguersuari ao herdar a vaga de um decepcionante Bourdais na mesma equipe meados de 2008.

Em 2011 o desafio da equipe será o mesmo: Produzir um carro que lhe permita ficar entre a 9ª e 8ª colocação no campeonato de construtores, aparentemente uma meta pouco ambiciosa e fácil de se conquistar, mas se engana que pensa assim. Ano que vem a Lotus virá mais forte e promete se meter nessa disputa, que ocasionalmente ainda pode até receber a visita da Morussia-Virgin, isso sem falar que os carros da Sauber não deverão passar pelos mesmos problemas de desempenho desse ano, devendo ficar mais deslocados à frente junto com as Williams e possivelmente as Force-Índia.