quarta-feira, 1 de maio de 2013

Um GP cancelado pela força G

Maurício  Gugelmim
No ano de 2001, os dirigentes e pilotos da extinta CART, hoje Indycar, estavam felizes e orgulhosos do GP inaugural da "Firestone Firehawk 600", uma corrida do campeonato daquele ano que estreava na categoria a utilização do Texas Speedway.

Tudo muito bem, só que graças à elevada inclinação da pista (24graus) e o avanço dos carros, eles alcançaram 380 quilômetros por hora e conseguiam dar as voltas inteiras com pé embaixo, sem aliviar o acelerador nem muito menos frear. Com isso, eles atingiam uma força G muito elevada nas curvas e algumas voltas o sangue simplesmente parava de chegar no cérebro dos pilotos com o fluxo normal e eles passavam a se sentir mal.

Os acidentes começaram nos treinos com Maurício Gugelmim e Cristiano da Matta batendo. Mais tarde Kanaan e Zanardi disseram que se sentiram tontos e desorientados. O piloto Patrick Carpentier, por exemplo, disse que passados 4 minutos após sair do carro, ele ainda não conseguia andar em linha reta. Durante a classificação os pilotos reportaram que ficavam entre 14 e 18 segundos por volta (que tinha 23 segundos) submetidos a uma força superior a 5G. Esse vídeo em inglês abaixo fala longamente sobre o caso:
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A direção de prova, então, fez uma pesquisa com seus pilotos e 21 dos 25 disseram que ficavam desorientados, com sintomas de vertigem, incluindo problemas nos ouvidos e visão após dar mais de 10 voltas seguidas. Eles também disseram que eles perdiam visão periférica e seus tempos de reação à estímulos ficaram mais lentos. Isso ocorria porque eles estavam dirigindo sob efeito de uma força de 5,5G por tempo demais, segundo disse um ex-diretor da NASA que foi chamado pelo médico da categoria, Steve Olvey, para ajudar no caso. Olvey disse que nunca tinha passado por uma experiência dessas em seus 25 anos de experiência de pista.

Michael Andretti disse: "Foi um problema que todos os pilotos estavam passando, mas eles não tinham ideia do que estava se passando. Essa é uma área que nós nunca experimentamos antes, fisicamente."

A organização da corrida ainda tentou salvar o evento, propondo que as equipes diminuíssem a pressão aerodinâmica nos carros e uma redução na potência dos motores para que eles não atingissem tanta velocidade, mas não teve jeito: não havia como garantir a segurança dos pilotos naquelas condições e a corrida foi adiada. Posteriormente tentaram remarcá-la, mas as agendas da pista do Texas e da CART não coincidiam e a corrida terminou cancelada, os organizadores processaram e ganharam a ação contra a categoria e o contrato para os anos seguintes foi anulado.

19 anos sem Senna

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Essa pintura já virou até clichê, de tão usada que foi ao longo dos últimos tempos para expressar o misto de saudade com esperança o que todos gostaríamos que Ayrton Senna tivesse feito após a batida na Tamburello. Ainda assim é a melhor imagem para representar esse dia que sempre se repte todos os anos... Lembrando sempre que no dia anterior morria na mesma pista, só que a bordo de uma Simtek, o austríaco Roland Ratzenberger