terça-feira, 3 de abril de 2012

Bahrein em paz?


protestos dessa semana no Bahrein. Repare no cartaz "F1 NO"
A polícia reprimindo manifestantes
Semana passa um grupo de "notáveis" da F1 (cartolas de equipes, organização do GP e autoridades do governo) se reuniu na capital do país árabe para anunciar que a corrida desse ano acontecerá sim e que a situação interna do país está tranquila e sob controle. As imagens abaixo mostram que não é bem assim, não, muito pelo contrário: os manifestantes elegeram a F1 como alvo dos protestos e não querem que a corrida ocorra.

Mas porque Bernie Ecclestone e as equipes, insistem em mantê-la?

Bernie não quer abrir mão das dezenas de milhões que o país árabe paga para receber a prova nem devolver às TV´s a porcentagem que já pagaram pelo direito de transmissão da prova.

Já as equipes sabem que uma prova a menos significa uma redução do bolo do lucro a ser dividido entre elas no fim do ano. Além disso algumas dessas equipes tem interesse especial em defender os interesses dos
Garoto de 15 anos morto em Dezembro
com um tiro direto de gás lacrimogênio

países árabes, sendo alguns deles indiretos: A Ferrari tinha como acionista até pouco tempo atrás o fundo soberano de Abu-Dhabi, que atualmente abriga o mega-parque temático "Ferrari World" e que é um reino aliado do Bahrein que certamente não gostaria de ver seu vizinho enfraquecido por um levante popular, até para diminuir as chances da moda pegar e chegar por lá também. A Williams tem parceria com o reino igualmente amigo e vizinho "de muro", o Catar, que também não quer ver sua monarquia em perigo.

Ainda no grid, a Daimler, empresa dona da Mercedes tem como sócia o fundo de investimentos Aabar, também de Abu Dhabi (que também mantém patrocínios no carro) e na McLaren o caso é direto e mais óbvio: 50% da equipe é do Bahrein Mumtalakat Holding Company, um fundo de investimento do país de mesmo nome.

Em resumo, a corrida ainda não foi cancelada por interesses financeiros e políticos, de olho no presente e no futuro onde todos sairiam perdendo no bolso, sobretudo no de Bernie.

Na situação em que está, "só" o povo barenita perde, e quem é que se importa com povo, não é mesmo?
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