quarta-feira, 18 de maio de 2011

FIA acaba com reduções de marcha com "motor cheio". O que muda?


Segundo os ingleses da respeitada revista especializada Autosport, a FIA enviou uma carta às equipes informando-as que a partir do GP da Espanha os motores estão proibidos de funcionar a mais de 10% de sua aceleração máxima quando os pilotos não estiverem acelerando, no caso reduzindo as marchas do carro, isso para evitar que os escapamentos continuem a se tornar peça importante no comportamento aerodinâmico do carro.
 
O que ocorria até agora é que grande parte das equipes havia desenhado seus escapamentos de modo que o fluxo de ar dele alimentasse os difusores de ar traseiro (veja as fotos acima e abaixo no), criando assim artificialmente mais pressão aerodinâmica. "Ora, mas quando os carros freiam e reduzem as marchas, a rotação do motor cai e, portanto o fluxo de ar no difusor e a conseqüente pressão aerodinâmica cai também, desestabilizando o carro!" pensará alguém, corretamente. Mas as nada bobas equipes de F1 haviam pensado nisso e burlaram a lógica fazendo com que mesmo nas reduções de marcha o motor ficasse com as rotações lá em cima para manter o fluxo de ar naquela região constante e o comportamento do carro previsível.

Com a proibição de se manter o motor trabalhando com aceleração nesses momentos, o fluxo de ar tende a ser muito inconstante, tornado o carro equipado com esse aparato instável nas freadas e inicio de contorno das curvas, justamente quando o motor acelerava artificialmente graças ao gerenciamento eletrônico programado.

O que pode acontecer:

Ou as equipes vão pensar em outra maneira de contornar isso (pilotos acelerandoE freando ao mesmo tempo? Mais um botão no volante?), ou vai ter piloto tendo que reaprender a fazer o "ponta-taco", estilo antigo de pilotagem em que o piloto freia com parte do pé direito ainda no acelerador, algo muito difícil hoje em dia, já que os carros de F1 são projetado com a barra de direção no meio dos pés do piloto e ninguém da nova geração faz, ou vai acabar a festa mesmo.

Aliás... Em uma visão bastante simplista, Rubens Barrichello poderia conseguir fazer isso com menos dificuldades o "punta-taco", já que é o único piloto do grid que ainda freia com o pé direito até hoje, sendo sua Williams projetada para permitir isso. Afinal, pelo que entendi a proibição da FIA é quanto ao motor acelerar sem o comando do piloto...

Outra conseqüência do eventual fim dessa prática será a queda do consumo de combustível dos motores, que haviam aumentado em cerca de 10% exatamente por isso segundo dados da fornecedora de motores Renault.

Atualizado: Segundo se comenta nos bastidores, a FIA teria concordado em conceder às equipes um periodo de adaptação, então talvez essas modificações só seja aplicadas a partir do GP do Canadá, ja que Monaco também será logo nesse próximo fim de semana.