segunda-feira, 4 de abril de 2011

Novo papel de parede 2

Como prometido, de tempos em tempos (15  em 15 dias, preferencialmente, mas pode variar um pouco) vou trocar o papel de parede do BLOG e disponibilizar a imagem pra vocês. E a ótima a imagem que agora podem salvar é de Ronnie Peterson, James Hunt, Patrick Depalier e Mario Andretti em 1976. Clique na imagem para ampliá-la e salve!

Interlagos, segurança e a CBA


Depois do terrível acidente de Gustavo Sondermann no último domingo dia 3 de abril, muitas foram as vozes que, no calor do momento saíram em busca de culpados pelo terrível desfecho do acidente, inclusive eu nas primeiras horas. Depois, alertado por algumas poucas vozes mais abalizadas me calei e deixei a emoção diminuir antes de me pronunciar de maneira mais isenta e aprofundada sobre um tema tão delicado e emotivo. Soltei uma pequena nota no dia e só.

Passado o momento, atravessada a noite, resolvi encarar os fatos e voltar à carga sobre o assunto. O acidente foi terrível sim, em condições meteorológicas ruins com consequência na dramática redução de visibilidade dos envolvidos.

Aparentemente Sondermann teria sido tocado no lado de dentro da curva e a atravessou, sendo em seguida acertado por quatro carros, um de raspão, outro que arrancou sua traseira, o terceiro, de Pedro Boesel que desferiu o golpe mais violento e que teria sido o causador dos ferimentos mais graves (Pedro também se feriu, com fraturas no braço e ombro) e um quarto, que nada mais fez do que arrastar o carro de Sondermann por mais alguns metros como vemos nao vídeo abaixo:


Ha algumas coisas que se fazem necessárias esclarecer, sob o meu ponto de vista:

1ª - A total falta de culpa de todos os pilotos envolvidos. Tratou-se de um acidente de corrida e as condições não permitiam que qualquer um deles agisse de maneira diferente naquele momento.

2ª - O pneu traseiro direito montado no sentido inverso no carro de Gustavo não teria peso no acidente, pois não ocasiona perda de estabilidade, apenas menor tração e perda de tempo.

3ª - A pista não apresentava naquele trecho, nas palavras de Aluizio Coelho que dirigia o safety-car à Lito Cavalcanti, nenhuma poça d água que ensejasse condições particularmente ruins na curva do café.

4ª - Segundo relato do jornalista esportivo Octavio Muniz, não houve qualquer impacto do carro de Gustavo nos muros internos ou externos da curva do café.

5ª - Segundo o mesmo jornalista, o "Hans", protetor de pescoço, estava mal preso e essa folga teria permitido que a cabeça do piloto rotacionasse mais do que o corpo aguenta.

6ª - O impacto lateral é um dos mais terríveis à qualquer piloto, exatamente pelo menor possibilidade de absorção de impacto tanto do carro como do pescoço.

O que se pode extrair desse terrível desastre? Que os dirigentes da CBA, da Vicar, dos pilotos e demais envolvidos no automobilismo precisam se sentar e repensar os padrões de segurança existentes no momento para melhorá-los. A curva é insegura? Segundo pilotos é uma das mais temidas do calendário nacional, já matando o piloto de Stock Car Light Rafael Speráfico em um acidente muito parecido no fim de 2007 e um motociclista numa corrida recente lá, mas não ha qualquer problema no asfalto, sinalização e mesmo nos muros que desde o ano passado passaram a ser "softwall", que absorve mais o impacto que, repito, não ocorreu com o carro de Sondermann.

Os carros são inseguros? Aparentemente não. Numa batida lateral de alta velocidade e de proporcional magnitude até um carro de F1 não poderia garantir a total segurança de seu ocupante por conta da violência do impacto.

O que fazer então, para melhorar a segurança? Reativar a chicane existente (e que os próprios pilotos se mostraram contra no passado recente por ser "chata")? Reforçar ainda mais os carros? Reduzir a velocidade deles? Reprojetar a curva inteira, algo que teria custos proibitivos e demandaria uma engenharia colossal pelas condições do local? Não sei. Não sou técnico e não tenho a pretensão se saber as respostas. Para isso existem os engenheiros, médicos, pilotos, dirigentes etc que conhecem a fundo os carros, o corpo humano e a dinâmica dessas muitas e complexas variáveis.

O fato é que mesmo sendo uma fatalidade de corrida - mais uma nesse local -  algo precisa ser feito em favor dos que lá arriscam suas vidas para entreter milhares e enriquecer alguns. Quando o assunto é a vida, nenhuma preocupação é exagerada.

À frente dessas responsabilidades está a CBA, Confederação Brasileira de Automobilismo, que ja vem pressionada ha muito por pilotos, equipes e imprensa por se concentrar muito na arrecadação de taxas. Veremos se apresenta o mesmo interesse por melhorar as condições de segurança seus contrubuintes. Tomara.