quarta-feira, 1 de junho de 2011

Hamilton e seu "descontrole"

Como todos que assitiram a Formula 1 em Mônaco viram, Lewis Hamilton deu após a corrida uma entrevista bastante contundente onde, em dito tom de brincadeira, dizia à reporter que nas últimas 6 corridas fora punido 5 vezes, possivelmente por ser negro, e que é perseguido como Ayrton Senna fora (por Balestre) em 1989. Desde então muita celeuma foi criada em cima disso.
 
Acho sim que o piloto errou ao fazer essa declaração, pois não vejo o componente racismo permeando nenhuma das decisões onde ele estava envolvido. O que fica claro entretanto que Hamilton parece mal orientado em sua carreira. Sem um empresário, que às vezes acaba funcionando como um terapeuta e relações públicas do piloto (e ele tem seu RP), Hamilton acaba falando mais do que deve e, pior, alimentando em sua cabeça pensamentos persecutórios equivocados.
 
Acho sim que ele é um grande piloto, arrojado, ousado e não gostaria de vê-lo mudar isso, mas ele precisa sim ser mais prudente, pois as duas ultrapassagens que ele fez, acima em Felipe Massa (que ao meu ver depois bateu sozinho, pois sua asa dianteira, ao contrário do que declarou após o GP, não foi tocada em momento algum por Hamilton, como justificou) e em cima de Pastor Maldonado no fim da corrida foram realmente muito otimistas, sobretudo a segunda.
 
Hamilton tem que parar de se enxergar como grande vítima do mundo pois não é. Um piloto ousado as vezes desagrada sim, seus rivais batidos, mas não me parece ser esse o caso de Hamilton. Vamos esperar que após a retratação com Massa, Maldonado e os comissários esportivos da FIA, Hamilton receba da McLaren uma atenção para o seu lado humano, até para se fortalecer ainda mais como piloto, pois se continuar vendo "inimigos" onde não ha, seu foco nas pistas pode ser perigosamente desviado fazendo-o perder a paixão pelas corridas e aí inequivocamente os estragos serão bem maiores e para todos: piloto, equipe, categoria e público.