segunda-feira, 22 de março de 2010

Grandes Mulheres, Grandes Carros

Ângela Maria e o Cadillac Eldorado Conversível.

Ângela Maria, nome artístico de Abelim Maria da Cunha nascida em Conceição de Macabú, Rio De Janeiros em 13 de maio de 1928 é uma das mais importantes cantoras brasileiras.
A Pequena Ângela começou seu caminho artístico cantando em coro de sua igreja. Enquanto trabalhava numa fábrica de lâmpadas, participava, às escondidas, de programas de calouros. Adotou o nome de Ângela Maria para não ser identificada pela família. Como ganhava todos os concursos, foi cantar no famoso Dancing Avenida e depois na rádio Mayrink Veiga. Em 1951 gravou seu primeiro disco. Veio assim o sucesso.
Ângela Maria consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção (não a cueca), surgido na década de 1930, ao lado de Maysa, Dolores Duran...

Gravou dezenas de sucessos como Não Tenho Você, Babalú, Cinderela, Moça Bonita, Vá, mas Volte, Garota Solitária, Falhaste coração, Canto paraguaio, Gente humilde, Lábios de mel, entre outras. Ainda atuou no cinema, no longa-metragem Portugal, Minha Saudade, em 1973.
Em 1996 lançou o CD Amigos, com a participação de vários artistas como Roberto Carlos, Chico Buarque, Maria Bethânia, Caetano Veloso entre outros, sendo um grande sucesso, pois vendeu mais de 500 mil cópias.
Ângela voltou a gravar em 2003 o Disco de Ouro, com um viés eclético, abrangendo compositores que vão de Djavan a Dolores Duran.

Já o Cadillac Eldorado foi criado em 1952, como carro conceito, e fabricado a partir de 1953. Em sua época, era o carro mais caro fabricado nos Estado Unidos. Sua produção inicial restrita e seu preço proibitivo fizeram que a primeira série alcançasse apenas 532 unidades produzidas. Seu maior diferencial para o restante da linha Cadillac era o esmero no acabamento, alguns detalhes. Seu motor inicial era um V8 5,4 L de 210 cavalos (brutos) com câmbio automático de 3 marchas. Com o passar dos anos, ele ganhou mais detalhes para diferenciá-lo do restante da linha e um motor mais potente, com 270 CV. Em 1956 ganha mais um nome, "Biarritz", novos detalhes e seu motor cresce para um 6,0 L e chega a 305 CV.

Em 1959 o carro chega ao seu ápice, com um estilo chamativo e único, com seu famoso "Rabo de peixe" de 107 cm de altura, pára-choques e pára-lamas de desenhos marcantes e linhas gerais mais fluidas. Ganhava motor 6,4 L de 345 CV. Em 1960 o carro perde alguns de seus excessos visuais, mas mantém as linhas gerais.

Em 1963, o desenho muda mais um pouco e o motor passa a ser um 7,0 L de 360 CV. Em 1965 ele já perdia o "rabo de peixe" e o nome "Biarritz", se tornando apenas Eldorado. Nas décadas de 70 e 80 o carro passa a perder cada vez mais seus diferenciais estéticos, misturando-se cada vez mais aos demais carros da marca, também devido à crise do petróleo, que fez com que seus motores beberrões passassem por restrições e diminuições, chegando a ter um V6 4,1L de 141 CV (líquidos) emprestado da linha Buick.

Em 1985, já com  o conversível, que já tivera sua fabricação suspensa entre 1976 e 1983, saia definitivamente de linha. O mesmo aconteceria com a linha Eldorado coupé que sofreria mais modificações e alterações até sair de cena em 2002.

Ângela e o Cadillac convesível são ícones que se somam, a medida que representam um tempo de elegância e romantismo que as novas gerações (tanto de carros como de cantoras), por melhores que sejam, não alcançarão jamais.