
Pare e repare, olhe que maravilha...
Assim começa a música, mas a realidade é outra, é dura! Pare e olhe para a primeira pessoa ao seu lado.
Ok,
talvez não agora, pois você está na frente do computador e as pessoas ao seu lado ou são da sua família ou são do seu trabalho, mas um dia
experimente ir a qualquer lugar público e sentar-se. Observe então a fauna a sua volta.
Desfilará por você pessoas estranhas, gente com testa grande ou carecas que acham que se pentear o cabelo das laterais e da nuca até lá na frente, ninguém vai reparar que são carecas, como se
calvice fosse fraqueza de
caráter (só em alguns casos). Verá aquela mulher de mais de quarenta anos que se veste como se fosse uma
paquita velha, negando pelas roupas a idade que as rugas, logo acima, entregam. Verá mulheres de 60 com tantas plásticas que seus rostos mais parecem a cara de uma raposa, e de tão esticadas mal conseguem esticar as duas pernas ao mesmo tempo. Verá cinquentões-
meninões, com camiseta
agarradinha e bronze artificial e em cima, impecáveis implantes capilares que mais parecem cabelo de boneca, com aqueles tufos no melhor estilo plantação de milho. Cruzará com gordas que se acham
sexy (e porque não seriam?) e usam decotes e calças justíssimas, que só saem na tesourada; gente alta que, inconscientemente, tenta se misturar à massa mais baixa andando curvado, tímidos e reservados. Já viu isso tudo? Nossa, você está aonde?!
Mas o que faz essas pessoas serem como são? O mesmo que fez sermos como somos, é claro! O ambiente em que vivem, a educação que receberam, a cultura que adquiriram, os traumas pelos quais passaram, etc.
Dependendo dos pais que você teve (ou
não teve), você vai usar
desodorante ruim e vai se achar o máximo. Dependendo dos livros que você
não leu, você pode acabar
restrito a um círculo social de amigos burros e ignorantes que usam regata e chinelo Ryder o dia inteiro. Dependendo do que você
não estudou, você pode acabar até Presidente da República...
Enfim, tudo isso serve para você parar e pensar "puxa, que fantástico, sou absolutamente normal!". De certa maneira, é sim reconfortante olharmos para os menos afortunados em normalidade e bom senso e perceber que nós, mesmo com nossos pequenos defeitos e manias, somos
aceitos como "normais" (pelo
menos gostamos de pensar assim). Portanto, ao reparar na
esquisitice da pessoa à sua esquerda e destilar
comentários irônicos para
sí mesmo, cuidado, pois do seu outro lado alguém pode estar fazendo
exatamente o mesmo com você. Sim, com VOCÊ!