sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Balanço da temporada: Force Índia

Grande surpresa do ano passado nas pistas de baixa pressão aerodinâmica como Monza e sobretudo Spa, onde fez a pole e quase ganhou a corrida (Fisichella, então piloto de lá, chegou em 2º andando no mesmo ritmo do ganhador Kimi Raikkonen) a equipe comandada pelo bilionário Vijay Mallya iniciou o ano de 2010 num patamar bem mais elevado do que encerrou 2009.

Nos testes de inverno seus carros foram bem, mostrando que conseguiriam tirar bom proveito dos motores Mercedes, tidos como os melhores do grid e se nunca conseguiram tempos de foguetes, nunca fazeram feio também.

Iniciada a temporada, mostraram que seu carro estava realmente mais competitivo do que o modelo anterior e pontuar seria algo rotineiro, logo estabelecendo-se como 6ª força no campeonato de construtores. Só que o tempo foi passado e, conforme contei na segunda metade dessa reportagem aqui, foram perdendo importantes nomes de seu cobiçado grupo técnico ao longo do ano, entre eles, James Key, que levou para a Sauber seus valiosos serviços.

O resultado foi que depois do meio do ano suas rivais se aproximaram muito do desempenho da equipe indiana. Williams, Sauber e até a Toro-Rosso passaram a disputar os pontos que antes cabiam mais à Force-Índia beliscar quando Renault ou Mercedes fraquejavam.

Percebendo a situação se complicar, a equipe tentou reagir e também lançou mão dos escapamentos baixos alimentando os difusores traseiros duplos (blow diffusers) e do duto frontal à là Mclaren, mas mesmo isso veio tarde e não foi suficiente para evitar que fossem superados na tabela por sua arqui-rival Williams, caindo para a 7ª colocação ao final do ano.

Os pilotos Adrian Sutil e Vitantonio Liuzzi entregaram materiais diferentes ao longo desse campeonato: Sutil marcou mais do que o dobro dos pontos de seu companheiro e esse por sua vez não contou a com a sorte em alguns GP´s, sendo acertado por outros carros quando nada fazia de errado ou sendo vitimado por problemas técnicos. O problema para Liuzzi é que quando algo não saía errado, ele não demonstrava na pista conseguir alcançar os resultados esperados, sendo quase sempre eclipsado por Adrian nos treinos e corridas, com excessão do GP da Coréia onde coube a Sutil fazer as lambaças enquanto Liuzzi marcava valiosos 8 pontos.

Com esse cenário, a Force Índia vê-se na obrigação de reagir em 2011. Não que tenham ido mal esse ano, ao contrário: Os números demonstram cabalmente que o campeonato deles foi muito superior ao do ano passado, pontuando em 15 oportunidades contra apenas 2 do ano anterior num total de 68 pontos contra 13.
Mas o que mais chama atenção é a curva descendente no segundo semestre, justamente quando o carro de 2011 já está sendo gerado, o que suscita dúvidas se o carro novo também não sentirá os efeitos das valiosas baixas que afligiram a equipe nesse ano.

Como primeiro resultado dessa apreensão que também circula nos corredores da equipe, Vijay vai querer se cercar de pilotos que possam entregar o melhor resultado possível. Nesse cenário o alemão Adrian Sutil seria mantido, apesar dele mesmo ter declarado que gostaria de ir para alguma equipe melhor e que só não foi por falta de vaga. A outra vaga é a do inconstante Liuzzi, que apesar de ter contrato fechado para 2011, rodaria para a entrada do recem consagrado campeão da DTM e piloto de testes da equipe, o também alemão e (não por um acaso) protegido da atual fornecedora de motores, Mercedes-Benz, Paul de Resta.