domingo, 11 de março de 2012

Ecclestone sobre Massa

O todo poderoso da Formula 1 deu um a declaração ao jornal Austríaco Der Spiegel que atinge diretamente Felipe Massa. Questionado pelo jornal sobre a situação da Ferrari, Ecclestone disse:

"Eu acho que para eles (Ferrari) é uma questão de alternativas. Quem dos pilotos disponíveis é melhor que Massa? Eu tenho muita confiança que Robert Kubica estaria sentado naquela Ferrari agora, se no ano passado ele não tivesse sofrido aquele terrível acidente"

Sobre isso acho que mais do que uma critica do inglês ao brasileiro, é mais um reforço para a importância vital que essa temporada de 2012 terá para o futuro de Felipe na categoria: Ele precisa ir muito melhor esse ano do que foi nos anteriores (amanhã pela manhã publico aqui no site minha análise sobre o que esperar de Massa esse ano), pois a julgar pelos resultados que vimos, a presença de Kubica na escuderia poderia sim ser uma realidade hoje.
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Ainda sobre a Ferrari, Ecclestone deu seu apoio a Stefano Domenicali: "O problema da Ferrari não tem nada a ver com liderança, os problemas estão do lado técnico. Ao invés de saírem despedindo alguém, deveriam comprar alguém: Adrian Newey."

Nesse caso Ecclestone puxa a sardinha para Domenicali e Montezemolo, seus aliados que saíram da FOTA, enfraquecendo a organização que luta para tirar de Bernie mais dinheiro a partir do ano que vem. Essa atitude política do time italiano lhe agradou muito e Ecclestone agora afaga não só o Chefe da equipe como indiretamente o presidente dela, Luca de Montezemolo, que se prepara para disputar o cargo de 1º ministro da Itália - afinal, seria péssimo para ele ler que não sua liderança na equipe não é boa numa equipe de F1 exatamente quando pretende administrar todo um país.

Conversa com Ricardo Divila

Acabo de terminar uma longa conversa com o renomado projetista Ricardo Divila, engenheiro brasileiro que projetou os carros da Fittipaldi-Copersucar e depois trabalhou na Ligier, Minardi e finalmente se transferiu para os modelos de turismo, trabalhando atualmente com a divisão de competição da Nissan e colaborando com a Pescarolo-Dome nos seus protótipos.

Falamos sobre muitos assuntos, como Adrian Newey, então recém-formado que ele recebeu de braços abertos na Copersucar (as pessoas conhecem assim a Fittipaldi, então chamarei assim para facilitar). Contou que ele chegou com um projeto de carro protótipo já pronto embaixo do braço, com incrível riqueza de detalhes. Percebendo o talento e atenção para os detalhes de Newey, Ricardo já o colou direto para cuidar dos estudos em túnel de vento.

Sobre a F1 atual, muitas informações interessantes. Sobre a Ferrari, disse que com a saída do grupo liderado por Jean Todt, seria natural uma queda de desempenho  até formar-se outra equipe de mesmo nível para substituí-la

Para Divila, o grande mérito de nomes como John Barnard, Ross Brawn (Mercedes) e Mike Gascoyne (Caterham) mais do que o talento individual, é criar equipes coesas e eficientes de projetistas, saber cercar-se dos nomes certos (e possíveis).
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Perguntei se ele não voltaria para a Formula 1, meio que ele trabalhou com sucesso por muitos anos e ouvi que não se sente tentado a voltar a trabalhar nela com tantas restrições de regulamento e com carros conceitualmente muito distantes dos carros que andam nas ruas, de modo que essas limitações a novos conceitos não o seduzem, e está muito feliz nas suas "correrias" entre seus compromissos profissionais no Japão, Oriente médio e Europa.

Sobre aerodinâmica, contou uma coisa muito interessante. Nos modelos de turismo, os carros em escala que vão para os túneis de vento usam pneus/rodas duros, feitos de metal ou fibra de carbono. Na F1 pelo fato dos mesmos serem expostos e a atenção aos detalhes ser total que as equipes recebem réplicas dos pneus reais feitos pela própria fabricante pois a mera deformação das partes de cima e de baixo da peça  (em cima o pneu fica milimetricamente mais estreito e alto com a ação da força centrípeta e embaixo mais largo e achatado pelo peso do carro/pressão aerodinâmica) já influencia, além de alterar seu formato quando está com maior ou menor pressão aerodinâmica, quando inclinado lateralmente nas curvas, no "zero vírgula" que a categoria persegue.

Por fim falamos longamente sobre uma curiosidade: Sabe quantos carros Ferrari F150 do ano passado existem por aí? Mais de 20! Com a grande demanda por carros de F1 (não só da Ferrari) para eventos e exposições de parceiros, patrocinadores etc., existem empresas que fazem réplicas exatas para abastecer essa necessidade. A cada ano essas fábricas recebem os moldes reais das peças originais dos carros das principais equipes para que construam dezenas deles para serem exibidos ao redor do mundo para a alegria dos fãs com máquinas fotográficas. Os carros são reproduzidos nos mínimos detalhes (os moldes são originais, lembre-se) com cada asinha, curva no assoalho, etc. só que sem a mesma espessura em algumas peças (como o cockpit), oco por dentro (motor, câmbio, tanque de gasolina e demais sistemas eletrônicos e hidráulicos são desnecessários, já que não aparecem) e calçados em pneus promocionais super duros (os mesmos usados nas tais “filmagens promocionais” que as equipes fazem).

Um dia espero fazer uma entrevista com ele via internet ao vivo no meu programa.