segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O grande erro da Williams tem conserto?

O grande erro da Williams, de forma simples e direta, sem rodeios nem floreios, foi dispensar Adrian Newey no início de 1997. Não por acaso, este foi o último ano em que a equipe teve um carro para conquistar o título mundial.

De 1998 até hoje, 15 temporadas, portanto, a Williams só caiu de produção e mesmo durante o período de associação com a gigante BMW, parte do qual muitos acreditavam garantir-lhe o melhor motor do grid, a equipe inglesa não produziu um chassis vencedor. Depois do fim da parceria (na realidade sociedade) com os alemães, pouco a pouco a equipe foi perdendo patrocinadores e relevo na Fórmula 1, entrando num circulo vicioso: com carros piores, os resultados eram piores, com resultados piores os patrocinadores foram minguando e sem o dinheiro deles, a equipe foi perdendo os melhores técnicos e os pilotos passaram a ser escolhidos não pelo que fazem, mas por quanto trazem.

O último ano em que a equipe teve os dois pilotos contratados por seu talento, que recebiam salários, foi 2010, com Rubens Barrichello e Nico Hulkenberg, depois disso, ao menos um de seus pilotos, senão os dois, foram escolhidos com base no dinheiro que levam. Na verdade se lembrarmos que Kazuki Nakajima só estava lá entre o fim 2007 e 2009 por causa dos motores Toyota, vemos que a coisa já vem mais de trás.

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E porque a equipe cometeu o erro fatal de dispensar Newey? Por que o projetista queria se tornar sócio da equipe, ter ações dela e tanto Frank Williams como Patrick Head, à época únicos donos da equipe, não quiserem isso, deixando o inglês que lhe projetara os carros que haviam conquistado os títulos de construtores de 1992, 93, 94, 96 e 97 bastante frustrado a ponto de partir para a McLaren, que se beneficiou imediatamente de sua chegada, conquistando o título de 98, o primeiro após Ayrton Senna.

Depois disso Newey continuou colocando a McLaren na disputa do título, quase foi para a Jaguar em 2001, mas acabou saindo em 2006 pois, segundo se comentava, a equipe de Ron Dennis não lhe deu a carta branca que queria para reestruturar o setor de engenharia à seu gosto, o que conseguiu na Red Bull, onde ainda iria ganhar muito mais dinheiro, cerca de 10 milhões de dólares por ano naquela época (hoje certamente mais) e já caminha para o seu 4º título consecutivo pela equipe.

O fato da equipe não ter entrado nos trilhos de um projeto vencedor desde então, denota outro erro: Administração. A equipe simplesmente não conseguiu se reencontrar mais, mesmo quando o dinheiro não faltava. E qual a solução para a Williams? Se associar à um grande fabricante, como a McLaren anunciou recentemente com a Honda! Simples não? Afinal todos sabem que a estrutura da equipe ainda está entre as melhores da categoria, só que conseguir esse sócio de peso, além de muito difícil agora que anunciou que comprará os motores da Mercedes entre 2014 à 2016, também é complicado exatamente porque um parceiro fabricante sabe que o staff técnico da equipe não conta com nomes de peso no vital setor aerodinâmico, visto que as estrelas como Newey, Aldo Costa, Paddy Lowe, Ross Brawn, Rory Byrne, James Allison etc já estão sob milionários contratos nas rivais e quem está lá hoje fez esse carro que só marcou 1 ponto após 10 etapas...

A maior esperança para a equipe acaba sendo então a chegada de seu novo diretor técnico, Pat Symonds, aquele mesmo que deu a ordem para Nelsinho Piquet bater de propósito em 2008, quando chefiava o mesmo setor na Renault liderada por Briatore.

Independente dessa grande mácula em seu currículo, será que ele terá condições de reconduzir a Williams à uma curva ascendente? Ele não é projetista, mas chefiará os da Williams e terá que extrair o melhor deles para evitar no ano que vem a repetição da hecatombe que estamos vendo nessa temporada. Só nos resta aguardar - e torcer - por um melhor futuro da equipe que, honestamente, tenho profundas dúvidas que consiga ser campeã novamente...