terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Conversa com Felipe Massa

Acabo de sair da entrevista coletiva que o piloto da Williams Felipe Massa concedeu aos jornalistas em São Paulo e saio de lá com algumas informações interessantes colhidas na coletiva em si e também num pequeno bate papo informal minutos antes.

A ESCOLHA DA WILLIAMS

A primeira é que foi ele mesmo que escolheu e negociou com a Williams para correr por lá, sem tanta participação de seu empresário Nicolas Todt, que estava às voltas com a saída de Pastor Maldonado da mesma equipe antes do prazo contratual (que ia até o fim de 2015). Massa e a equipe de Frank começaram a negociar após o GP do Japão, tal como ocorrera com Bruno Senna em 2011.

O piloto contou que a escolha da Williams se deu por se tratar de uma equipe com uma ótima infra-estrutura e que está se fortalecendo seu plantel técnico contratando pessoas gabaritadas da concorrência, passo inverso, por exemplo, da Lotus, com que chegou a ser ligado no fim do ano passado e acabou sendo o destino do venezuelano.

Eu piscando os olhos bem no clique do papo com Felipe e Dudu Massa
PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Outro dado interessante diz respeito ao método de trabalho da nova equipe. Felipe conta que, à exemplo da Ferrari, tem sido muito ouvido quando dá dicas e faz considerações para melhorias no dia-a-dia do trabalho da Williams, sentido que as coisas mudam realmente após sua palavra. Seu companheiro Valteri Bottas parece especialmente interessado em aprender com a experiência do brasileiro.

O clima de trabalho na equipe é muito profissional, mais sério e sem tanta passionalidade que na latina Ferrari, mais parecido com o que conviveu em seus anos de Sauber, que também tinha um ambiente mais austero. Como exemplo relata que quando testava pela equipe suíça (nos anos em que os testes eram livres), ele dava cem voltas na pista, e retornava aos boxes com o carro sujo e quando retornava à pista o carro estava completamente limpo novamente, ao passo que na Ferrari "o carro entrava preto no box e saia preto", sem que isso seja uma crítica, visto que ambas funcionam com a mesma eficiência, apenas expondo as diferenças.

Massa também disse que aos poucos começa a fazer algumas brincadeiras com a equipe, porque é de sua personalidade e também para torná-la mais solta, algo que segundo tem sido bem recebido por todos, que gostam dessa nova experiência.

VISITA A SCHUMACHER

Felipe Massa mantem contato diário com pessoas diretamente ligadas à Michael Schumacher e continua torcendo e rezando por seu restabelecimento, confiante que a boa forma física do alemão possa ajudá-lo na recuperação. Ele conta que, sem que ninguém da imprensa mundial soubesse, visitou recentemente o piloto no hospital de Grenoble, na França, ficando bastante tempo ao lado da cama dele passando energia, e que se sentiu bem ao lado de Schumacher, que aparenta apenas estar dormindo.

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EXPECTATIVAS PARA 2014

Massa falou que a condução do carro mudou bastante em relação ao ano passado, com o torque do motor disponível numa faixa de giros muito mais baixa, o que somado a uma perda de pressão aerodinâmica dos novos carros (asas traseiras mais rasas e fim do escapamento que soprava seus gases no assoalho) deve gerar um desafio aos pilotos para evitar saídas de traseira e consequente desgaste de pneus. Sobre o novo sistema de ERS, que disponibiliza 160 cavalos por 33 segundos ao longo de cada volta, detalhou que seu acionamento não se dá mais por um botão, mas sim automaticamente segundo uma programação eletrônica pré estabelecida antes de cada corrida, com base no que sentiu nos treinos livres.

Sobre o novo câmbio de 8 marchas disse que como a relação de marchas é fixa o ano todo, haverá equipes, como Mônaco, que marchas como a 7ª ou 8º poderão nem ser utilizadas, ainda que estejam disponíveis, ao passo que em Monza deverão ser bem mais solicitadas, diferente das marchas mais reduzidas. O consumo de combustível também será um enorme desafio, com o estilo de pilotagem dos pilotos afetando diretamente no resultado das corridas.

Sobre a pontuação dobrada na última etapa do campeonato, ele simplesmente pensa que é algo que deve ser levado em conta, lembrando também que se essa regra valesse em 2008, ele teria saído de Interlagos com o título de campeão.

Testes de um F1 que nunca estreou


Já mostrei para vocês aqui no BLOG uma matéria sobre carros de Fórmula 1 que nunca disputaram um GP (clique AQUI para ver). Mas nesse caso temos um precioso vídeo dos testes privados da natimorta equipe japonesa DOME, que nunca chegou a alinhar seu carro no grid mas que fez esse e outros testes privados na sua terra natal.

O projeto deu errado por vários motivos: falta de patrocínios, pela recusa da Mugen-Honda em fornecer motores e com isso os constantes adiamentos do projeto - que começou no fim de 1995 e finalmente foi abandonado em 1999 com a forte parceria entre a BAR e a Honda que acabaram por relegá-los ao esquecimento.

O carro das imagens que você vê foi projetado pelo engenheiro Akiyoshi Uko e foi testado pelo piloto italiano Marco Apicella (fotos acima) e posteriormente Shinji Nakano, sendo os dois últimos com participações em corridas de Fórmula 1.

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Motores turbo: F-1 vs F-Indy


      FÓRMULA 1 2014

  • Capacidade: 1.6 Litros Turbo 
  • Potência: entre 600/650 cavalos
  • bloco: 6 cilindros com ângulo de abertura em "V" de 90º
  • Ers com 160 cavalos acionáveis por 33 segundos por volta
  • Combustível: Gasolina
  • Tanque: até 100 quilos por corrida (aprox. 139 litros) sem reabastecimento
  • 4 válvulas por cilindro
  • Injeção direta de combustível nos cilindros
  • Rotação máxima: 15.000 rpm
  • Fabricantes: Mercedes, Ferrari, Renault e Honda (este a partir de 2015)
  • Câmbio semi-automático de 8 marchas + ré
  • Dimensões do carro: 1,80 de largura máxima, 0,95m de altura máxima e cerca de 5,20m de comprimento (varia a cada equipe).
  • Peso mínimo do carro com o piloto e sem o combustível: 691 quilos (701 em 2015).
     
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      FÓRMULA INDY 2014


  • Capacidade: 2.2 litros biturbo
  • Potência: entre 550 e 730 cavalos, dependendo da pressão dos turbos e uso do "push-to-pass".
  • Bloco: 6 cilindros em "V"com abertura entre 60º e 90º
  • Combustível: Etanol (álcool) 
  • Tanque: 70 litros com reabastecimento livre.
  • Injeção direta de combustível nos cilindros
  • Rotação máxima de 12.000 rpm
  • Fabricantes: Chevrolet e Honda
  • Câmbio semi-automático de 6 marchas + ré
  • Dimensões do carro: 2,01 de largura, 1,12m de altura e 5,01m de comprimento
  • Peso mínimo do carro com o piloto e sem combustível: 701 quilos (ovais de 1,5 milhas e Indianápolis) e 714 quilos (ovais pequenos e circuitos mistos)