terça-feira, 31 de agosto de 2010

O ocaso de Vettel

Um dos maiores candidatos ao título de pilotos 2010, se não o maior, no inicio do ano era Sebastian Vettel. Depois de uma temporada na pequena Toro Rosso em 2008, onde fez a pole-position e ganhou o chuvoso GP de Monza daquele ano, o talentoso alemão foi promovido a piloto titular da equipe principal no ano seguinte, formando com Mark Webber uma dupla equilibrada no ano que a Brawn levou o título.
A equipe de Button e Barrichello levou o título sobretudo devido a superioridade do carro no primeiro semestre, porque no segundo a Red Bull já tinha o melhor carro, proporcionando a Sebastian Vettel conquistar o vice-campeonato com resultados sólidos e encorajadores.

Pois veio 2010 e a Red Bull tinha - e tem - indiscutivelmente o melhor carro do grid e por seu talento superior Vettel foi alçado a condição de favorito ao título. O tempo passou o carro deu alguns sustos inicias com uma falta de confiabilidade depois corrigida e Vettel foi eclipsado dentro da própria equipe pelo improvável veterano Mark Webber, um piloto que se não é exuberante nem tão talentoso, é muito mais regular e sabe controlar sua mente e equilíbrio, usando isso contra o ainda instável e errático Vettel.

Hoje, como resultado, Webber é vice-líder do campeonato, encostado em Lewis Hamilton, outro piloto que se  não tem o melhor carro como as Red Bull, certamente parece ter atingido um nível de maturidade e constância que, somados ao seu incontestável talento, o faz extrair o melhor do seu equipamento e certamente o credencia pela luta ao título.

E Vettel? Esse deve estar com sua cabeça rodando mais que o Peão da Casa Própria. Tinha tudo para chegar lá com folga, mas errou muito, foi afoito em ultrapassagens desastradas  (Turquia e Spa, só para citar duas) e quando vê seu companheiro superá-lo em condições iguais, fica com a cara amarrada e certamente se desestabiliza mentalmente, se pressionado mais e ficando propenso a errar ainda mais, num círculo vicioso.

As chances de Vettel conquistar o título desse ano ainda existem, mas já foram maiores. Ele precisa agora encontrar de alguma maneira ou em alguém (num bom psicólogo e/ou num empresário mais paternal não seriam más ideias) um porto seguro para recuperar a segurança certamente um pouco abalada e a serenidade para não ser afoito na pista nem tão permeável às pressões de seu sagaz companheiro australiano. Ainda que ele consiga achar tudo isso até Monza, o que é improvável, na disputa pelo título ele já não é mais o favorito tanto pela matemática como pelo padrão de compostamento em pista.