
Leio hoje que Dietrich Mateschitz, dono das
equipes Red Bull e Toro Rosso estaria possesso com a atual configuração da
Fórmula 1, onde a administração de pneus teria passado a ser o fator mais
importante da competição
, não mais uma corrida propriamente. Na mesma equipe
Christian Horner diz que o público não entende mais as estratégias, que se
tornaram muito complexas.
A Pirelli, por outro lado, salienta que só está entregando o que lhe foi
pedido: trouxe emoção e variabilidade estratégica para as corridas. E isso só
lhe foi cobrado porque sem isso as corridas eram chatas e as disputas muito
mais raras.
Se por um lado temos que reconhecer que nas corridas atuais o fator de desgaste
dos pneus se tornou um dos principais pontos definidores do resultado, por outro
vamos lembrar que isso não é de hoje e vem ocorrendo dessa maneira pronunciada desde
os últimos anos. Talvez haja algum excesso de desgaste em algumas pistas, que até tiram um pouco da graça da classificação pois a luta pela pole fica prejudicada antes a necessidade de guardar pneus novos, algo que pode ser retrabalhado, mas vamos lembrar que a Pirelli também não dispõe
de um carro atual para testar prever o exato comportamento dos pneus das 11 equipes do grid e os testes são quase
nulos na F1 atual, dificultando ainda mais o trabalho da fabricante -
aliás, imagine quantas vezes maior será o chororô das equipes ante a
dificuldade da Pirelli em prever o comportamento dos pneus para o ano que vem,
onde os carros e motores são desconhecidos e o comportamento deles será
completamente diferente...
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Quanto à choradeira da Red Bull, bem, pode que isso está ocorrendo agora porque
diferente dos anos anteriores eles não estão mais disparados na frente, com um
carro despencadamente mais rápido que os rivais e que melhor trata os compostos
de borracha. Ora! Onde estava a fúria austríaca quando seus pilotos levantaram
as três últimas taças de campeões mundiais de pilotos e construtores? Que a
cobrança seja em cima da reconhecida competência de seus técnicos em projetar
um carro que seja além de rápido, econômico no trato dos pneus.
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Vettel com pneus gastos FOTOS: Sutton |
Se traçarmos um perfil histórico, verifcaremos que a Fórmula 1 NUNCA foi uma categoria onde você
simplesmente acelerava e tirava tudo do carro o tempo todo, como se não
houvesse amanhã: ou você tinha que poupar pneus para fazer paradas a menos ou
até deixar de fazê-las, ou pegava leve para não ficar sem combustível, ou o
zelava pelo próprio carro, cujos componentes como motor e câmbio eram mais frágeis e quebravam muito mais do que hoje.
Se Ferrari e Lotus fizeram a lição de casa e mostraram por A + B que é possível
conciliar os dois mundos em maior ou menor grau dependendo da pista, que Red Bull, Mercedes, Mclaren e cia também o façam, uma vez que os pneus - e os desafios - são iguais para todos e as regras
muito bem conhecidas.
Enquanto a Fórmula 1 continuar desigual financeira e tecnicamente, com equipes gastando 10
vezes mais do que outras numa temporada, sou a favor da manutenção da filosofia
atual dos tipos de pneus, onde pilotos e engenheiros tem que visar a velocidade,
mas também tem que zelar pelo carro, dando chance às equipes que não tem tanto
dinheiro de vir com algo bom, como a Lotus nas últimas duas temporadas e Sauber
no ano passado
Estando a Fórmula do jeito que está, a manutenção dos pneus na configuração atual é um "mal" necessário. Com o tempo pode-se corrigir alguns exageros pontuais, é claro, mas os engenheiros das equipes choronas
que quebrem suas bem pagas cabeças para equacionar seus carros.
E você, o que acha dessa discussão? Espero a opinião de vocês no espaço de comentários abaixo.