segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Force Índia amarga prejuízos

Se a situação financeira da Force Índia ao fim de 2008 já não era confortável o com um prejuízo estimado de mais de 52 milhões de dólares, a situação em 2009 não melhorou. Na verdade piorou, pois o deficit do ano seguinte foi de mais de 63 milhões de dólares.

No ano passado a empresa suíça Modall Securities de propriedade de Vijay Mallya - também dono da Force Índia, fez um empréstimo de cerca de 15 milhões (só falarei em dólares) além de cerca de 10 milhões em patrocínios da sua companhia aérea Kingsfisher e da marca de White & McKay Scotch Whisky. Isso tudo permitiu a equipe investir mais em desenvolvimento e pesquisa, possibilitando-a disputar a sexta colocação no campeonato de construtores desse ano, ainda que tenham terminado em sétimo.

Por mais que esse ano tenham ganhado 2 posições em relação a onde terminaram no ano passado, o que lhes garantirá uma fatia maior na distribuição do bolo de lucros que Bernie Ecclestone distribui entre as equipes, as perdas desse ano não foram pequenas também.

Desde o ano passado eles estão em uma disputa com Collin Kolles, atual chefe de equipe da Hispânia que lhes cobra 1,6 milhão em salários não pagos. Além disso perderam recentemente um grande processo para a companhia aérea Etihad Airways, que rompeu patrocínio com eles quando descobriu que teriam que dividir espaço na carenagem da equipe com a rival Kingsfisher. Só com a perda desse processo, que a equipe esperava ganhar, eles deixaram de ganhar mais 4,7 milhões.

Como se não bastasse, ainda perderam o processo contra a empresa Aerolab, que lhes acusavam de não pagar por serviços de desenvolvimento aerodinâmico. Nessa história tiveram que pagar mais 1,4 milhões.
Mas ainda não acabou. O piloto holandês Giedo van der Garde ganhou nesse mês um processo contra a antiga equipe Spyker, sua antecessora na F1 e de quem a Force-Índia herdou direitos e obrigações, por não ter seu contrato como piloto de testes cumprido, visto que lhes asseguraram andar seis mil quilômetros como piloto de testes, o que não aconteceu. Resultado: outro débito de quase 2 milhões para o caixa dos indianos, isso sem falar nos custos com advogados para todas essas pendencias judiciais.









Além disso, a Force Índia perdeu nomes importantes em seu staff técnico no decorrer desse ano e como resultado vimos a nítida perda de ritmo da equipe a partir do meio do ano. No fim de fevereiro o diretor técnico James Key, que estava lá desde os tempos que eram a Jordan, saiu com destino a Sauber (que melhorou ao longo do ano, mostrando o peso de sua presença).

Internamente essa perda foi administrada com a promoção de Mark Smith, que passou a acumular a diretoria técnica e a chefia de design. Só que poucos meses depois ele também saiu, rumo a Lotus, onde receberia um salário maior.  Ainda esse ano, Ian Phillips diretor de negócios da equipe também pediu as contas. Isso sem falar nas saídas do então diretor técnico Mike Gayscone e chefe de equipe Collin Kolles no fim de 2008 além do chefe de operações e Simon Roberts, que retornou no fim do ano passado à Mclaren.

Não quero dar com isso a imagem de que a equipe está falida e sem gente competente lá dentro, em absoluto, mas certamente a demonstra uma instabilidade gerencial que desnuda como é difícil manter uma equipe de Formula-1 sem o apoio de montadoras bilionárias e também que a perda de todo esse material humano e esses revezes financeiros podem ter desdobramentos não muito positivos na concepção e do carro 2011 da equipe com consequências em seus resultados.

A ver...