segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Festa Ferrarista

Aconteceu nesse fim de semana em Valência, Espanha, a festa de encerramento da equipe Ferrari na Formula 1. Estavam todos lá: Alonso, Massa, Fisichella, Domenicali, Montezemolo, os carros de 2010 e outros tantos antigos, veja:
       

Balanço da temporada: Virgin

Uma equipe que começou o ano sem muitas expectativas, mas com bom marketing. Logo na apresentação seus pilotos posaram vestidos como astros de rock, com jaquetas de couro customizadas ao lado de seu bilionário proprietario Richard Branson. Andaram pouco no novo carro na pré-temporada, mas pelo menos integraram parte dos testes de inverno com as demais equipes, ganhando alguma quilometragem em seu carro inovador.

O VR1 era inovador sim, mas não por suas soluções, que eram bastante tradicionais, mas por sua concepção 100% criada por computador sem jamais ter passado por um túnel de vento, recurso largamente usado pelas equipes maiores mas que demanda um investimento muito grande seja no aluguel de um já existente, seja (ainda mais) na construção de um próprio.

Iniciada a temporada o carro mostrou a fragilidade esperada de uma novata, mas também mostrou erros grosseiros, como um tanque de gasolina menor do que o necessário para completar uma corrida ou mesmo um carro com peso acima do desejado. Quem pagou por isso de sobremaneira foi Lucas di Grassi que recebia as atualizações sempre depois de seu companheiro Timo Glock, e que na questão do peso extra permaneceu até o fim da temporada com o equipamento inferior.

Se não foram um primor de equipe, certamente não chegaram perto do embaraço de sua colega novata Hispania. Via-se que a Virgin, ainda que com suas limitações orçamentarias,e técnicas ainda pagando por um noviciado era definitivamente uma equipe unida e com ambições maiores do que a mera sobrevivência a curto prazo.

Seus pilotos tiveram o desempenho esperado para as condições de trabalho que receberam e com a experiência que tinham: À Glock coube o papel de guiar mais a equipe e à Lucas aprender e dar seu impressionante feedback técnico, algo muito mais preciso e completo do que muitos piloto já com passagem pela F1, a ponto de no meio do ano ter sido eleito como melhor piloto novato pelos jornalistas que acompanham "in loco" as corridas do campeonato.

Para o início de 2011, agora que a equipe foi vendida para o grupo Russo Morussia que produz carros esportivos, espera-se que o bólido, ainda criado 100% no ambiente digital, já nasça mais desenvolvido com base no valioso aprendizado desse ano e tenha mais recursos financeiros para evoluir ao longo do ano. Quanto ao seus pilotos, Luiz Razia, o reserva que andou muito com simulador esse ano e que testou o carro em Abu Dhabi semana passada deve continuar nesse papel, paralelamente a mais um ano na GP2. Timo Glock está praticamente garantido e embora a posição de di Grassi seja a mais frágil entre os brasileiros no grid por não contar com sobrenome famoso nem patrocinadores milionários como outros tantos que cobiçam sua vaga (inclusive um russo), torço para que ela prossiga com o brasileiro pois sua visão inteligente é realmente um diferencial valioso que vale ser melhor explorado na técnica F1 atual.