sexta-feira, 2 de julho de 2010

Análise de meio do ano: Mclaren

Depois de um inicio de temporada onde parecia que ela disputaria com Mercedes e sobretudo Ferrari a vaga de "melhor equipe depois da Red-Bull" a equipe de Ron Dennis, equipada com os melhores motores do grid (Mercedes) vem mostrando grande capacidade reação, a mesma capacidade de reação que a tirou da luta pela mediocridade com a Ferrari no ano passado e que a possibilitou ganhar corridas numa era em que Brawn e Red-Bull dominava. Além disso, o famoso e pioneiro duto frontal, o mais avançado e bem concebido deles, diga-se, lhes dá a vantagem de poder sempre andar com bastante carga aerodinâmica em todos os circuitos, mesmo os de alta, permitindo unir o melhor dos mundos: Baixo arrasto e alta velocidade nas retas, com o duto acionado, e grande pressão nas curvas, ajudando os pneus aderirem mais, quando o duto não está funcionando.

Mas as razões que explicam a boa fase da Mclaren não são meramente técnicas e mecânicas, são também humanas: Seus pilotos. Lewis Hamilton tem sido, de longe, o piloto mais combativo do grid, arriscando sempre e tirando o máximo de seu carro, mesmo quando isso não é necessesariamente a melhor alternativa, mas que na maioria das vezes funciona, além de ser garantia de bom entretenimento pra quem assiste. Além dele, Jenson Button também tem mostrado força, justamente numa área em que seu companheiro não desenvolveu tanto: estratégia. O atual campeão mundial tem se mostrado muito mais cerebral, poupando o carro em momentos chave para poder usá-lo mais em outros trechos da corrida, preservando pneus, não se envolvendo em divididas arriscadas que lhe custem um bico ou uma punição, extraindo do carro o que ele como piloto não tão arrojado consegue e pontuando o máximo que pode, mesmo que isso signifique não se envolver numa disputa direta por todas as vitórias, embora já tenha feito isso e ganhado.

Com uma mistura de uma equipe que não desiste nunca e evolui continuamente seu carro (exatamente o calcanhar de Aquiles da Ferrari), a Mclaren consegue oferecer a seus pilotos uma grande chance de ganhar o campeonato também baseados na regularidade ainda não obtida pela Red-Bull, que já viu mais de uma vez a vitória garantida escorrer-lhes das mãos baseados exatamente num outro campo que os ingleses não tropeçam: Confiabilidade de carro e pilotos. A Mclaren, via de regra, não quebra e seus pilotos, mesmo quando disputam posições entre si, não batem um no outro nem mergulham em complexas piruetas na traseira de retardatários. Agora resta ver se as demais evoluções previstas para o time vão colocá-la definitivamente no mesmo patamar de Red-Bull e se conseguirão administrar a atual vantagem e manter a dianteira nos campeonatos de construtores e pilotos.