Em 1993, já vendo que os motores Ford não tinham futuro na equipe, Ron Dennis decidiu testar os motores V12 da Lamborghini para ver se eram uma alternativa boa para a temporada de 1994. Em testes sigilosos, Ayrton Senna e Mika Hakkinen andaram com um MP4-8 (o dessas 3 fotos) especialmente adaptado ao motor e gostaram do que sentiram, embora admitam que o motor precisava evoluir mais para se tornar realmente um motor top.
Após os testes em Silverstone e no Estoril, Ayrton Senna disse: "É muito bom, mas precisa de mais força e não é muito sofisticado. Eu tenho certeza que pode ser muito bom para a próxima temporada (...) eu tenho certeza que seria muito interessante eu correr com o motor Lamborghini no Japão".
Mika Hakkinen, outro que testou o motor nas duas ocasiões, disse em 2007: "Eu lembro bem claramente daqueles testes, haviam alguns problemas, é claro. Ele (o motor) era muito comprido, longo, pra começar, e isso não ajudava o (equilíbrio do) chassis. O consumo de combustível era maior (que o do V8 da Ford) e precisava de mais refrigeração, mas era um motor muito excitante", disse
"Nunca vou esquecer a sensação daquele momento", lembra Hakkinen. "Era impressionante, a potência continuava vindo, era fantástico, nós estavamos realmente, realmente voando, mas na reta do hangar (em Silverstone) indo pra curva Stowe, ele explodiu... E eu quero dizer, realmente explodiu! Foi muito grande, talvez a maior explosão de motor que eu já tive. Foi chocante, na verdade. Pedaços do motor e pistões voando pela esquerda e pela direita, passando pelo meu capacete. Foi uma explosão tão grande que fez um rombo no assoalho. Ainda assim foi um dos momentos mais especiais da minha carreira na Formula 1, e tinha um som incrível..."
Giorgio Ascanelli, hoje na Diretor técnico da Toro Rosso mas na época engenheiro de pista de Senna, relembra: "Foram meses de trabalho sólido e no meio da temporada: novo controle de largada, chassis revisado, câmbio, eletrônica... foi muito trabalho. Só uma grande equipe como a McLaren poderia ter feito isso", diz."Nós fizemos algo bem especial. (O carro) era um pouco mais longo e pesado que o modelo com motor V8, mas era mais estável, tratava melhor os pneus e era consideravelmente mais potente."
Pouco após os testes, entretanto, Ron Dennis preferiu optar por uma parceria com a fabricante francesa Peugeot, que estava determinada a ingressar na Formula 1 para enfrentar sua rival Renault, e para isso queria uma parceira de peso como a McLaren, estando dispostos a abrir generosamente a carteira para garantir a preferência, o que pareceu determinante para seduzir Ron Dennis, que estava mal servido com os Ford inferiores aos usados na Benetton. Ron também gostou preferiu essa possibilidade por se tratar de um motor mais compacto e econômico (V10) e com mais possibilidades de desenvolvimento por se tratar de uma fábrica com experiência em diversas competições internacionais.
Com essa surpreendente desistência da McLaren, a Chrysler, então dona da Lamborghini, ficou tão chateada que cancelou o desenvolvimento do motor, deixando a atual parceira Larrousse na mão, saiu da Formula 1 e (não só por isso, é claro) no ano seguinte vendeu a marca de esportivos italiana para um desconhecido grupo Malaio, que posterioremente a vendeu à Volkswagen, de quem é até hoje.
Após os testes em Silverstone e no Estoril, Ayrton Senna disse: "É muito bom, mas precisa de mais força e não é muito sofisticado. Eu tenho certeza que pode ser muito bom para a próxima temporada (...) eu tenho certeza que seria muito interessante eu correr com o motor Lamborghini no Japão".
Mika Hakkinen, outro que testou o motor nas duas ocasiões, disse em 2007: "Eu lembro bem claramente daqueles testes, haviam alguns problemas, é claro. Ele (o motor) era muito comprido, longo, pra começar, e isso não ajudava o (equilíbrio do) chassis. O consumo de combustível era maior (que o do V8 da Ford) e precisava de mais refrigeração, mas era um motor muito excitante", disse
"Nunca vou esquecer a sensação daquele momento", lembra Hakkinen. "Era impressionante, a potência continuava vindo, era fantástico, nós estavamos realmente, realmente voando, mas na reta do hangar (em Silverstone) indo pra curva Stowe, ele explodiu... E eu quero dizer, realmente explodiu! Foi muito grande, talvez a maior explosão de motor que eu já tive. Foi chocante, na verdade. Pedaços do motor e pistões voando pela esquerda e pela direita, passando pelo meu capacete. Foi uma explosão tão grande que fez um rombo no assoalho. Ainda assim foi um dos momentos mais especiais da minha carreira na Formula 1, e tinha um som incrível..."
Giorgio Ascanelli, hoje na Diretor técnico da Toro Rosso mas na época engenheiro de pista de Senna, relembra: "Foram meses de trabalho sólido e no meio da temporada: novo controle de largada, chassis revisado, câmbio, eletrônica... foi muito trabalho. Só uma grande equipe como a McLaren poderia ter feito isso", diz."Nós fizemos algo bem especial. (O carro) era um pouco mais longo e pesado que o modelo com motor V8, mas era mais estável, tratava melhor os pneus e era consideravelmente mais potente."
Pouco após os testes, entretanto, Ron Dennis preferiu optar por uma parceria com a fabricante francesa Peugeot, que estava determinada a ingressar na Formula 1 para enfrentar sua rival Renault, e para isso queria uma parceira de peso como a McLaren, estando dispostos a abrir generosamente a carteira para garantir a preferência, o que pareceu determinante para seduzir Ron Dennis, que estava mal servido com os Ford inferiores aos usados na Benetton. Ron também gostou preferiu essa possibilidade por se tratar de um motor mais compacto e econômico (V10) e com mais possibilidades de desenvolvimento por se tratar de uma fábrica com experiência em diversas competições internacionais.
Com essa surpreendente desistência da McLaren, a Chrysler, então dona da Lamborghini, ficou tão chateada que cancelou o desenvolvimento do motor, deixando a atual parceira Larrousse na mão, saiu da Formula 1 e (não só por isso, é claro) no ano seguinte vendeu a marca de esportivos italiana para um desconhecido grupo Malaio, que posterioremente a vendeu à Volkswagen, de quem é até hoje.
5 comentários:
Belas e boas imagens, até parecem que foram tiradas hoje... inéditas para mim... Acho que se MP4/8 tivesse um bom motor, talvez seria o melhor chassi de 93... já que com o fraquíssimo Ford V8 o Senna fez várias corridas memoráveis, disparado a melhor temporada de sua carreira.
Muito bacana, e parabéns pelos 2 anos do blog!
Nossa muito legal, não me recordo ou não tive conhecimento destes teste.
E o carro todo branco é lindo.
A superioridade da Williams em 1993 não era só de motor (excessão Ferrari que tinha um grande motor), a superioridade era principalmente da eletrônica, tudo bem que Beneton, Ferrari, Mclaren e outras tinham o controle de tração e o câmbio semi-automático que evitava errar marchas, mas a suspensão ativa da Williams era muito superior ao da Mclaren, Beneton, Ferrari, Footwork, Lotus etc...os da Willians o seu gerenciamento era por satélite, o rastreamento da pista era total, já o dos outros tinha um sensor no bico carro bem menos eficiente. Tudo bem que o motor Ford da Mclaren tinha 80 cvs a menos que os Renault e uns 30 cvs a menos que os da Benetton. O Prost quando testou os Williams sem a suspensão ativa previu o que este carro perderia muita competividade em 1994 e não quis mais correr, como aconteceu em 1992, quando previu o massacre da Williams, mesmo com um piloto fraco como o Mansell (O Mansell apanhou feio do Prost em 1990 na Ferrari). Em 1995 Prost testou de novo a Mclaren com o motor Peugeot e de novo previu pouca competividade pela falta de torque do motor. E não quis correr, Senna deveria ter feito o mesmo, não correr, e só voltar quando tivesse carro e motor competitivo. O Lamborghini V12 ia ser um fiasco, por não ter boa confiabilidade. A falta de torque deste motor é muito alta. O Ron Dennis acertou em "tentar" o Peugeot, não tinha outra solução, era um motor de graça, a Ferrari não cede seu motor, nem a Ford daria os seus melhores motores para a Mclaren, por causa do contrato com a Benetton, os Mugen V10 eram ultrapassados e tinha que pagar, mas o Peogeot por ser estreiante, fracassou, um motor para ser competitivo precisa de no mínimo 3 anos de trabalho. em 1996 a Mclaren optou pelos Mercedes que usavam o bloco dos Ilmor um motor com um bom desenvolvimento, já que estava na F1, há uns 3 ou 4 anos. Em menos de 1 anos o Mercedes já era competivo.
Eu discordo, acho que o Lamborghini seria mais competitivo que o Peugeot, o motivo é que ele está na F1 desde 1989, ou seja, já tinha uma certa experiência, o motor não foi bem porque pegou equipes pobres e um V12 exige dinheiro porque ele atrapalha a aerodinâmica e a distribuição de peso. Além disto a Crysler colocaria dinheiro em cima do motor. Mas a principal causa de eu achar que o Lamborghini iria ir bem na Mclaren em 1994, é a mudança do regulamento. Em 1994 seria permitido o reabastecimento, com isto a desvantagem do alto consumo dos V12 desapareceria em vez de carregar de 30/35 litros a mais de combustível que os V8, agora carregaria 15/17,5 litros a mais, isto significa 0,6 segundos por volta, sem contar a vantagem de tanques menores o que beneficia a aerodinâmica. Não há dúvida que os V10 levaram vantagem nos anos de 89-93 porque com 3,5l e não permitindo reabastecimento este motor era o mais equilibrado, mas em 1994 os V12 levariam vantagem com a volta do reabastecimento. É claro que em 1995 haveria uma nova mudança de regulamento para 3,0l e com isto acabaria com os V12, talvez por isto que o Ron Dennis não quis pegar um motor que só seria competitivo em 1994. Mas a Mclaren tem ótima estrutura e a eletrônica TAG mais o engenheiro Goto, tornariam o motor competitivo, como fizeram com o Ford V8 VI da Mclaren que era bem mais fraco que o Ford da Benetton, mas eles reduziram esta diferença de potência ao longo do ano, eles desenvolveram um comando desmodrômico antes da própria Ford. A Lamborghini (agora com dinheiro da Crysler) nunca teve a chance de de ter uma equipe de ponta. A Renault que fracassou em um monte de equipes de F1, só mostrou que era um bom motor quando a Williams pegou eles em 1989...
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