segunda-feira, 13 de maio de 2013

Pneus: muita reclamação, pouca razão


Leio hoje que Dietrich Mateschitz, dono das equipes Red Bull e Toro Rosso estaria possesso com a atual configuração da Fórmula 1, onde a administração de pneus teria passado a ser o fator mais importante da competição, não mais uma corrida propriamente. Na mesma equipe Christian Horner diz que o público não entende mais as estratégias, que se tornaram muito complexas.

A Pirelli, por outro lado, salienta que só está entregando o que lhe foi pedido: trouxe emoção e variabilidade estratégica para as corridas. E isso só lhe foi cobrado porque sem isso as corridas eram chatas e as disputas muito mais raras.

Se por um lado temos que reconhecer que nas corridas atuais o fator de desgaste dos pneus se tornou um dos principais pontos definidores do resultado, por outro vamos lembrar que isso não é de hoje e vem ocorrendo dessa maneira pronunciada desde os últimos anos. Talvez haja algum excesso de desgaste em algumas pistas, que até tiram um pouco da graça da classificação pois a luta pela pole fica prejudicada antes a necessidade de guardar pneus novos, algo que pode ser retrabalhado, mas vamos lembrar que a Pirelli também não dispõe de um carro atual para testar prever o exato comportamento dos pneus das 11 equipes do grid e os testes são quase nulos na F1 atual, dificultando ainda mais o trabalho da fabricante - aliás, imagine quantas vezes maior será o chororô das equipes ante a dificuldade da Pirelli em prever o comportamento dos pneus para o ano que vem, onde os carros e motores são desconhecidos e o comportamento deles será completamente diferente...

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Quanto à choradeira da Red Bull, bem, pode que isso está ocorrendo agora porque diferente dos anos anteriores eles não estão mais disparados na frente, com um carro despencadamente mais rápido que os rivais e que melhor trata os compostos de borracha. Ora! Onde estava a fúria austríaca quando seus pilotos levantaram as três últimas taças de campeões mundiais de pilotos e construtores? Que a cobrança seja em cima da reconhecida competência de seus técnicos em projetar um carro que seja além de rápido, econômico no trato dos pneus.
Vettel com pneus gastos                                                                       FOTOS: Sutton
Se traçarmos um perfil histórico, verifcaremos que a Fórmula 1 NUNCA foi uma categoria onde você simplesmente acelerava e tirava tudo do carro o tempo todo, como se não houvesse amanhã: ou você tinha que poupar pneus para fazer paradas a menos ou até deixar de fazê-las, ou pegava leve para não ficar sem combustível, ou o zelava pelo próprio carro, cujos componentes como motor e câmbio eram mais frágeis e quebravam muito mais do que hoje.

Se Ferrari e Lotus fizeram a lição de casa e mostraram por A + B que é possível conciliar os dois mundos em maior ou menor grau dependendo da pista, que Red Bull, Mercedes, Mclaren e cia também o façam, uma vez que os pneus - e os desafios - são iguais para todos e as regras muito bem conhecidas.

Enquanto a Fórmula 1 continuar desigual financeira e tecnicamente, com equipes gastando 10 vezes mais do que outras numa temporada, sou a favor da manutenção da filosofia atual dos tipos de pneus, onde pilotos e engenheiros tem que visar a velocidade, mas também tem que zelar pelo carro, dando chance às equipes que não tem tanto dinheiro de vir com algo bom, como a Lotus nas últimas duas temporadas e Sauber no ano passado

Estando a Fórmula do jeito que está, a manutenção dos pneus na configuração atual é um "mal" necessário. Com o tempo pode-se corrigir alguns exageros pontuais, é claro, mas os engenheiros das equipes choronas que quebrem suas bem pagas cabeças para equacionar seus carros.

E você, o que acha dessa discussão? Espero a opinião de vocês no espaço de comentários abaixo.

17 comentários:

Unknown disse...

Concordo em partes com os 2 lados... Porém é inegável que hoje é o pneu que define uma corrida e não mais a maquina, nem a estratégia e muito menos o piloto... Se o pneu fosse um dos fatores, seria o ideal, mas eu sinceramente, acho que passaram do ponto e hoje o que vale é o pneu e não mais o resto

luís disse...

Acho que no ano passado os pneus já estavam bem sensíveis , e já permitia maior briga pelas posições, não havia a necessidade de mudar isso. Acredito que esse ano exageraram muito...O engenheiro do Hamilton durante a corrida estava mandando ele simplesmente tirar o pé do acelerador para não destruir os pneus! Acho que na Espanha perdemos a oportunidade de ver Mercedes, Red Bull, Lotus e Ferrari disputando de igual pra igual por conta dos pneus. Aliais depois da 3 volta você não vê mais briga por posições, o piloto simplesmente deixa passar. Vettel, Rosberg e Hamilton simplesmente nem fecharam a porta pras Ferraris e pra Lotus, pq sabiam que não valia a pena disputar posições. Portanto eu acho que deveriam voltar com os pneus do ano passado. Que cumpriam com o papel de dar uma maior degradação e mais paradas nos boxes, sem tornar as corridas patéticas como estão sendo.

Joe Satriani disse...

Enquanto que Alonso, Raikkonen e Button são pilotos que tem uma sensibilidade muito grande com os pneus, permitindo que alterem seu modo de guiar volta a volta se necessário, o alemãozinho da cara gorda não consegue fazer isso.

Isso mostra que os unicos tricampeões verdadeiros que circulam ali naquele grid ja pararam de correr faz mais de 30 anos, se chamam Jackie Stewart e Niki Lauda.

Essa coisa de que a maquina não faz mais diferença e só o pneu faz é uma enorme bobagem. O pneu é o mesmo pra todos, porque então a McLaren não esta junto com as outras grandes?

Essa RBR ficou tão nojenta quanto a Ferrari na época do Barrichello.

Rafael Machado Bonfim disse...

"Se Adrian Newey ver que os pneus são o grande problema da RBR, projetará um carro sem pneus!"

-Comentários no Orkut

Anônimo disse...

O "alemãozinho da cara gorda" como disse o cara ai de cima é simplesmente o piloto mais bem sucedido da história da F1, e mesmo sendo prejudicado pelos pneus, consegue se manter na ponta do campeonato...
Em compensação o espanholzinho chorão da Ferrari, quer pagar de bom piloto, mas não ganha nenhum titulo na F1 a 8 anos...

Eduardo Loner disse...

Inácio, muito acertada sua analise de como era a F1 sobre o gerenciamento das paradas e do combustível.
Lembro-me muito bem quando os pilotos e equipes não paravam e mesmo assim tentavam a vitória ou marcar pontos com inúmeras bolhas nos pneus.

É certo também de que a atual fornecedora fornece o que lhe é pedido e o Sr. Bernie Ecclestone está mais preocupado com o espetáculo do que com o campeonato.

Minha humilde opnião sobre essas polemicas envolvendo a durabilidade dos pneus seria, disponibilizar apenas 3 tipos de pneus (Slick - Intermediário - Biscoito), por toda temporada e sem limitar a quantidade utilizada.

Unknown disse...

Concordo com o Eduardo Loner: já que há essa incógnita da duração dos pneus, deveria haver um único tipo de slick e os pneus da classificação deveriam ser exclusivos pra esse fim, não uma forma de "poupança" pra corrida. Também deveria ser permitido alterar o setup do carro, da classificação para a corrida. Aí sim, seria uma questão de competência dos engenheiros, mecânicos e pilotos. Não lembro o autor, mas uma vez disseram que o melhor aproveitamento de um motor, câmbio ou pneu é cruzar a linha de chegada em primeiro e, cinco metros depois, tudo quebrar. O resto é desperdício.

Unknown disse...

Se o piloto ou a qualidade do carro não tivessem influencia, equipes menores também estariam disputando a ponta, e isso não é o que vemos...

Anônimo disse...

Pneu delaminado virou moda na F1...vai ser isso ate alguém bater e morrer por causa de um problema desses.. ai talvez eles voltem a fazer pneus melhores

Anônimo disse...

Tem tb o lado comercial, vejam bem,lembram qdo a equipe Williams era a toda poderosa e os 2 títulos de 92 e 93, e em 94 seria campeão tb(se as regras não fosse alteradas), já que, além do carro,tinha o Ayrton, melhor piloto do grid...seria uma surra daquelas!.

E a Lotus de Colin Chapman tb sofreu pressões para não monopolizar a categoria, e a Ferrari depois do reinado do Schumacher é outro exemplo disso tb.

Enfim, depois de 3 títulos consecutivos da RBR e pole e mais poles...poxa vida!, já deu no saco já né!....sacaram?!

Ronaldo Déo disse...

Veja bem, não quero parecer aqueles cientistas políticos “do contra” que veem em tudo uma conspiração do “sistema”, mas AO MEU VER, essa questão dos atuais compostos pneumáticos da fórmula 1 é puramente uma jogada de marketing.
Em todos os países e em todas as línguas onde são transmitidas, quais são as palavras mais repetidas e marteladas a todo instante durante as provas?
Eu digo que é PNEU e PIRELLI, não necessariamente nesta ordem. A fabricante italiana faz estes compostos desta forma para que seja sempre o principal assunto dos treinos e das corridas!
“ Ora, vamos diferenciar os diferentes compostos com cores distintas para que os espectadores saberem se o fulano está utilizando tipo a ou tipo B”. Convenhamos! O espectador está pouco se lixando para os compostos pneumáticos, ele quer ver o ídolo dele fazendo ultrapassagens, dando demonstrações de arrojo, inteligência, perícia...e hoje graças ao sempre (infelizmente) influente interesse financeiro, esta hierarquia se inverteu. O piloto não é mais peça chave do espetáculo. É claro que aos olhos profissionais, se aprende na primeira aula de direção que para ter velocidade é crucial ter aderência, e quem deve ter aderência? Sim, os pneus, mas o espectador leigo torce para seu piloto favorito e não para um pedaço de borracha.
Para mim, todo esse circo que assistimos aos domingos é fruto de um acordo entre o Sr. Bernard Ecclestone e a Pirelli, onde ambos ganham muito por isso. Ecclestone da Pirelli e esta em propaganda.
Quer deixar as corridas mais emocionantes através de estratégias e trocas de pneus? Tire o monopólio e abra uma concorrência entre fornecedores na categoria, esta é minha opinião. Desta forma acredito que ainda assim ocorreria o que o José Inácio lembrou com muita sapiência: “ a fórmula 1 NUNCA foi uma categoria onde você simplesmente acelerava e tirava tudo do carro o tempo todo, como se não houvesse amanhã: ou você tinha que poupar os pneus para fazer paradas a menos ou até deixar de fazê-las ou pegava leve para não ficar sem combustível, ou zelava pelo próprio carro...”
E digo mais, essa alteração no regulamento para o ano que vem NO QUESITO ESTÉTICA, terá como principal objetivo criar espaços no carro que sirvam como painéis ambulantes de patrocinadores, conciliado à segurança dos pilotos, para aparecer bem nas tomadas das câmeras da TV, lembrando que se dependesse de Bernie Ecclestone, ninguém assistiria as corridas do autódromo.

Anônimo disse...

Acho que nunca li tanta bobagem.
Em um de seus textos, Flavio Gomes fez uma analogia entre a F1 atual e antiga, com futebol e basquete. As ultrapassagens eram como gols, em menor escala, porem memoráveis. Hoje em dia são como cestas, acontecem varias em uma partida, mas poucas se destacam. Esses pneus de desgaste elevado e a asa móvel tornaram a F1 artificial. Hoje não há mais como defender uma posição. Abriu a asa, já era. Uma boa defesa de posição era tão bonita quanto a ultrapassagem em si. As corridas de hoje atraem o publico que quer ver uma ação explicita, deixando de lado os detalhes responsáveis pela "magia" desse esporte.

E aos que falam que a McLaren vai mal pelos pneus, o carro desse ano é mal nascido. O menor dos problemas ali é o pneu.

Edmilson disse...

A RBR já encontrou uma desculpa para corridas em que não luta pela vitória. O Vettel anda bem pq o carro é muito bem projetado, erra muito e não é ainda um piloto respeitado pelos colegas, todos falam a mesma coisa "erra muito" Ganha, pelo carro que possui. O meu receio é a "raivinha" desses donos de energéticos e de repente dizer: Sairei da F1 em tal ano. Os Pneus são pra todos portanto, vença aquele que se adaptar melhor, é a regra. Paciência!

Eduardo Loner disse...

Edmilson, discordo dessa opnião que o Vettel anda bem porque o carro é bom, porém a respeito.

Discordo pelo simples fato de que Mark Webber possui o mesmo carro e não consegue uma sequência regular de bons resultados.

Enquanto Alonso dizia que seu principal adversário era o Hamilton, a RBR e Vettel levaram 3 campeonatos consecutivos.

Outro motivo que me faz discordar é a situação vivida por Vettel + RBR e a situação vivida por Senna + McLaren em 1988 com o MP4/4, melhor carro já feito e até então Senna era uma talento promissor na F1, que viria a conquistar ser 1° titulo neste ano.



Tô de Boas disse...

Simples, coloca um pneu que dura a corrida toda. Inverte o grid (tem que dar pontos extras para quem foi melhor no treino), terá ultrapassagem o tempo todo, ganha o melhor piloto.
Remove esta porcaria de Asa Móvel. Joga fora o troço inútil do KERS.

Discorda de mim?
Então me diga, já viu uma corrida de kart?
Tem emoção?

Renan Fernandes disse...

Acho que o único sensato aqui é o José Inácio. Mesmo quem discorda dele tem que admitir que seus argumentos são bem sólidos.

Anônimo disse...

Renan ninguém gosta de puxa sacos hahahahah