Como todos já sabem, o piloto britânico Dan Wheldon morreu na corrida de encerramento do campeonato da Formula Indy 2011 depois de se envolver em um acidente pavoroso onde cerca de 15 carros foram atingidos. As cenas dos carros decolando um sobre os outros e pegando fogo em seguida ficarão para sempre marcadas na memória de quem assistiu a corrida.
O esporte a motor deve ser a única categoria esportiva "não radical" (alpinismo, rappel, paraquedismo etc são radicais) em que a vida do atleta está em risco a despeito dos avanços na busca pela segurança. Nesse sentido os carros da Indy são particularmente mais vulneráveis entre as categorias de monopostos devido ao fato de correrem em ovais sempre em velocidade máxima e ao enorme número de disputas simultâneas que acontecem numa mesma volta nesses circuitos. Além disso, por todos estarem literalmente juntos, o tempo e espaço para a reação dos pilotos ante a algum perigo é quase nenhum. É da natureza dos ovais, inerente a categoria e nada pode ser mudado nesse sentido.
Mas outras coisas podem: Os muros já evoluiram e hoje são de softwall, que absorvem os impactos e a partir do ano que vem os carros serão mais seguros, com as paredes das células de sobrevivência do piloto (cockpit) mais grossas. Além disso os carros terão para-choques traseiros, exatamente para reduzir as chances de decolagens dos carros em caso de impacto, como vimos acontecer com vários dos carros envolvidos no acidente que vitmou Wheldon. Ele mesmo, provavelmente só morreu porquê seu carro decolou e teve a parte de cima do seu cockpit exposta ao muro e a grade de proteção da pista, que não é planejada para absorver impactos, e sim proteger os expectadores das arquibancadas, fazendo com que o "Santo Antonio", a estrutura elevada atrás do cockpit que existe para proteger a cabeça dos pilotos, se desintegrasse como vemos nsa imagens abaixo, provavelmente causando os ferimentos internos que levaram à terrível fatalidade. Isso numa pista onde as disputas já são particularmente arriscadas por todos conseguirem correr lado a lado sem dificuldades (havia fileiras triplas de carros no momento da batida) e terem que enfrentar a turbulência de tantos carros à frente, que causam instabilidade para quem vem atrás.
O que podemos fazer agora é esperar que os novos carros de 2012 (testados por Dan) sejam realmente mais seguros e que esse tipo de acidente pavoroso não se repita mais, que as vidas dos pilotos que arriscam seus pescoços para nos entreter sejam preservadas e, acima de tudo, que a viúva, filhas, pais, família e amigos de Wheldon sejam fortes nesse momento de treva profunda diante do abismo aterrador da perda. Que Deus os abençoe, dê alento aos seus corações, os proteja daqui para frente e receba a alma de Dan em paz.
10 comentários:
Grande perda para o esporte, dificilmente assisto a Indy, mas ontem estava assistindo e fiquei chocado com a proporção da batida. Que Deus dê força e conforte a familia do Dan Wheldon nesse momento dificil.
Uma pena pois ele era um grande piloto. Que descanse em paz.....
Excelente texto! Abordou vários fatores do acidente, as melhorias do carro do ano que vem e ainda colocou esse lance do santo Antonio quebrado que ninguém reparou, tudo sem sensacionalismo.
Parabens, vou ver se consigo assistir teu programa nessa quarta!
Os ovais da indy "pedem" para que isso aconteça. Como pode um muro tão próximo do asfalto, ainda mais com dezenas de carros no grid não pode dar certo...
Fiquei com a impressão de que o carro do Will Power que atingiu o carro do Wheldon, tanto é que no momento em que o Power bate no muro, por cima do Wheldon, o carro da Sam Schimidt pega fogo.
O voo do Power foi mais feio. O problema foi como se deu o impacto.
Escrevi uma longa reflexão sobre o que este acidente significa no meu blog. Impressionante como a prova de Vegas se tornou um fiasco total.
A mancha preta no capacete dele realemnte parece causada pelo acidente mas na verdade é um desenho q já havia no capacete. È só reparar nas imagens da corrida quando mostra ele passando de frente, por favor corrija essa informação.
abraço, parabéns pelo blog.
Fabio.
Tem razão, comparei com as fotos dele antes da largada em Las Vegas e a "mancha" já estava lá.
Abs
Outro Ás do asfalto perde a vida tragicamente, que sua família seja reconfortada, pois não deve ser fácil perder alguem assim.
Estava lendo um artigo nessa semana, onde o Emerson alertava sobre os perigos na F1, principalmente devido ás constantes batidas do Hamilton, e me lembrei também de quando ele falou pro Ayrton que a Indy, é muito mais perigosa do que a F1, aqueles ovais traiçoeiros, etc...
Que Wheldon descanse em paz.
Esse é um dos acidentes mais incríveis da Indy, nem o Santo Antonio do carro aguentou...
Espero que nunca se repita.
Apesar da frieza e competitividade que ronda o esporte a motor, Dan Wheldon era muito querido por rivais (de pista). No lado de fora das corridas parecia ser um sujeito daqueles que todos querem ter como amigo. As lágrimas de Kanann, Franchitti entre outros nomes da Indycar não nos deixam mentir. Isso é algo que o automobilismo americano tem a ensinar pro resto do mundo.
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