domingo, 11 de março de 2012

Conversa com Ricardo Divila

Acabo de terminar uma longa conversa com o renomado projetista Ricardo Divila, engenheiro brasileiro que projetou os carros da Fittipaldi-Copersucar e depois trabalhou na Ligier, Minardi e finalmente se transferiu para os modelos de turismo, trabalhando atualmente com a divisão de competição da Nissan e colaborando com a Pescarolo-Dome nos seus protótipos.

Falamos sobre muitos assuntos, como Adrian Newey, então recém-formado que ele recebeu de braços abertos na Copersucar (as pessoas conhecem assim a Fittipaldi, então chamarei assim para facilitar). Contou que ele chegou com um projeto de carro protótipo já pronto embaixo do braço, com incrível riqueza de detalhes. Percebendo o talento e atenção para os detalhes de Newey, Ricardo já o colou direto para cuidar dos estudos em túnel de vento.

Sobre a F1 atual, muitas informações interessantes. Sobre a Ferrari, disse que com a saída do grupo liderado por Jean Todt, seria natural uma queda de desempenho  até formar-se outra equipe de mesmo nível para substituí-la

Para Divila, o grande mérito de nomes como John Barnard, Ross Brawn (Mercedes) e Mike Gascoyne (Caterham) mais do que o talento individual, é criar equipes coesas e eficientes de projetistas, saber cercar-se dos nomes certos (e possíveis).
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Perguntei se ele não voltaria para a Formula 1, meio que ele trabalhou com sucesso por muitos anos e ouvi que não se sente tentado a voltar a trabalhar nela com tantas restrições de regulamento e com carros conceitualmente muito distantes dos carros que andam nas ruas, de modo que essas limitações a novos conceitos não o seduzem, e está muito feliz nas suas "correrias" entre seus compromissos profissionais no Japão, Oriente médio e Europa.

Sobre aerodinâmica, contou uma coisa muito interessante. Nos modelos de turismo, os carros em escala que vão para os túneis de vento usam pneus/rodas duros, feitos de metal ou fibra de carbono. Na F1 pelo fato dos mesmos serem expostos e a atenção aos detalhes ser total que as equipes recebem réplicas dos pneus reais feitos pela própria fabricante pois a mera deformação das partes de cima e de baixo da peça  (em cima o pneu fica milimetricamente mais estreito e alto com a ação da força centrípeta e embaixo mais largo e achatado pelo peso do carro/pressão aerodinâmica) já influencia, além de alterar seu formato quando está com maior ou menor pressão aerodinâmica, quando inclinado lateralmente nas curvas, no "zero vírgula" que a categoria persegue.

Por fim falamos longamente sobre uma curiosidade: Sabe quantos carros Ferrari F150 do ano passado existem por aí? Mais de 20! Com a grande demanda por carros de F1 (não só da Ferrari) para eventos e exposições de parceiros, patrocinadores etc., existem empresas que fazem réplicas exatas para abastecer essa necessidade. A cada ano essas fábricas recebem os moldes reais das peças originais dos carros das principais equipes para que construam dezenas deles para serem exibidos ao redor do mundo para a alegria dos fãs com máquinas fotográficas. Os carros são reproduzidos nos mínimos detalhes (os moldes são originais, lembre-se) com cada asinha, curva no assoalho, etc. só que sem a mesma espessura em algumas peças (como o cockpit), oco por dentro (motor, câmbio, tanque de gasolina e demais sistemas eletrônicos e hidráulicos são desnecessários, já que não aparecem) e calçados em pneus promocionais super duros (os mesmos usados nas tais “filmagens promocionais” que as equipes fazem).

Um dia espero fazer uma entrevista com ele via internet ao vivo no meu programa.

6 comentários:

ALPHAmodelismo.com disse...

Fico à espera dessa entrevista o aperitivo está óptimo. Muito bom este post.
Abraço
Domingos

Caíque Pereira. disse...

Perfeito!!! Turismo e o novo W.E.C. sáo os caminhos...a F1 Morreu e não notou isso ainda...não existe automobilismo sem treinos...

washington disse...

zé vc viu a makina q faz a moldagem das peças ela se mexe ora cima e pra baixo tão poko como uma folha de papel. é de se notar q em grove é bem adiantada em queestões de makinarios ekipamentos e talz, mas como disse sir Frank foi um erro deixar adrian newey ir embora pois se eles estivesse la como um acionista e engenheiro chefe a williams com certeza teria abocanhado mt mundial. pois estrutura eles tem uma das melhores.

washington disse...
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washington disse...
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João do Cassino disse...

show de bola, josé.

continue escrevendo!!

abraço