Depois do terrível acidente de Gustavo Sondermann no último domingo dia 3 de abril, muitas foram as vozes que, no calor do momento saíram em busca de culpados pelo terrível desfecho do acidente, inclusive eu nas primeiras horas. Depois, alertado por algumas poucas vozes mais abalizadas me calei e deixei a emoção diminuir antes de me pronunciar de maneira mais isenta e aprofundada sobre um tema tão delicado e emotivo. Soltei uma pequena nota no dia e só.
Passado o momento, atravessada a noite, resolvi encarar os fatos e voltar à carga sobre o assunto. O acidente foi terrível sim, em condições meteorológicas ruins com consequência na dramática redução de visibilidade dos envolvidos.
Aparentemente Sondermann teria sido tocado no lado de dentro da curva e a atravessou, sendo em seguida acertado por quatro carros, um de raspão, outro que arrancou sua traseira, o terceiro, de Pedro Boesel que desferiu o golpe mais violento e que teria sido o causador dos ferimentos mais graves (Pedro também se feriu, com fraturas no braço e ombro) e um quarto, que nada mais fez do que arrastar o carro de Sondermann por mais alguns metros como vemos nao vídeo abaixo:
Ha algumas coisas que se fazem necessárias esclarecer, sob o meu ponto de vista:
1ª - A total falta de culpa de todos os pilotos envolvidos. Tratou-se de um acidente de corrida e as condições não permitiam que qualquer um deles agisse de maneira diferente naquele momento.
2ª - O pneu traseiro direito montado no sentido inverso no carro de Gustavo não teria peso no acidente, pois não ocasiona perda de estabilidade, apenas menor tração e perda de tempo.
3ª - A pista não apresentava naquele trecho, nas palavras de Aluizio Coelho que dirigia o safety-car à Lito Cavalcanti, nenhuma poça d água que ensejasse condições particularmente ruins na curva do café.
4ª - Segundo relato do jornalista esportivo Octavio Muniz, não houve qualquer impacto do carro de Gustavo nos muros internos ou externos da curva do café.
5ª - Segundo o mesmo jornalista, o "Hans", protetor de pescoço, estava mal preso e essa folga teria permitido que a cabeça do piloto rotacionasse mais do que o corpo aguenta.
6ª - O impacto lateral é um dos mais terríveis à qualquer piloto, exatamente pelo menor possibilidade de absorção de impacto tanto do carro como do pescoço.
O que se pode extrair desse terrível desastre? Que os dirigentes da CBA, da Vicar, dos pilotos e demais envolvidos no automobilismo precisam se sentar e repensar os padrões de segurança existentes no momento para melhorá-los. A curva é insegura? Segundo pilotos é uma das mais temidas do calendário nacional, já matando o piloto de Stock Car Light Rafael Speráfico em um acidente muito parecido no fim de 2007 e um motociclista numa corrida recente lá, mas não ha qualquer problema no asfalto, sinalização e mesmo nos muros que desde o ano passado passaram a ser "softwall", que absorve mais o impacto que, repito, não ocorreu com o carro de Sondermann.
Os carros são inseguros? Aparentemente não. Numa batida lateral de alta velocidade e de proporcional magnitude até um carro de F1 não poderia garantir a total segurança de seu ocupante por conta da violência do impacto.
O que fazer então, para melhorar a segurança? Reativar a chicane existente (e que os próprios pilotos se mostraram contra no passado recente por ser "chata")? Reforçar ainda mais os carros? Reduzir a velocidade deles? Reprojetar a curva inteira, algo que teria custos proibitivos e demandaria uma engenharia colossal pelas condições do local? Não sei. Não sou técnico e não tenho a pretensão se saber as respostas. Para isso existem os engenheiros, médicos, pilotos, dirigentes etc que conhecem a fundo os carros, o corpo humano e a dinâmica dessas muitas e complexas variáveis.
O fato é que mesmo sendo uma fatalidade de corrida - mais uma nesse local - algo precisa ser feito em favor dos que lá arriscam suas vidas para entreter milhares e enriquecer alguns. Quando o assunto é a vida, nenhuma preocupação é exagerada.
À frente dessas responsabilidades está a CBA, Confederação Brasileira de Automobilismo, que ja vem pressionada ha muito por pilotos, equipes e imprensa por se concentrar muito na arrecadação de taxas. Veremos se apresenta o mesmo interesse por melhorar as condições de segurança seus contrubuintes. Tomara.
Passado o momento, atravessada a noite, resolvi encarar os fatos e voltar à carga sobre o assunto. O acidente foi terrível sim, em condições meteorológicas ruins com consequência na dramática redução de visibilidade dos envolvidos.
Aparentemente Sondermann teria sido tocado no lado de dentro da curva e a atravessou, sendo em seguida acertado por quatro carros, um de raspão, outro que arrancou sua traseira, o terceiro, de Pedro Boesel que desferiu o golpe mais violento e que teria sido o causador dos ferimentos mais graves (Pedro também se feriu, com fraturas no braço e ombro) e um quarto, que nada mais fez do que arrastar o carro de Sondermann por mais alguns metros como vemos nao vídeo abaixo:
Ha algumas coisas que se fazem necessárias esclarecer, sob o meu ponto de vista:
1ª - A total falta de culpa de todos os pilotos envolvidos. Tratou-se de um acidente de corrida e as condições não permitiam que qualquer um deles agisse de maneira diferente naquele momento.
2ª - O pneu traseiro direito montado no sentido inverso no carro de Gustavo não teria peso no acidente, pois não ocasiona perda de estabilidade, apenas menor tração e perda de tempo.
3ª - A pista não apresentava naquele trecho, nas palavras de Aluizio Coelho que dirigia o safety-car à Lito Cavalcanti, nenhuma poça d água que ensejasse condições particularmente ruins na curva do café.
4ª - Segundo relato do jornalista esportivo Octavio Muniz, não houve qualquer impacto do carro de Gustavo nos muros internos ou externos da curva do café.
5ª - Segundo o mesmo jornalista, o "Hans", protetor de pescoço, estava mal preso e essa folga teria permitido que a cabeça do piloto rotacionasse mais do que o corpo aguenta.
6ª - O impacto lateral é um dos mais terríveis à qualquer piloto, exatamente pelo menor possibilidade de absorção de impacto tanto do carro como do pescoço.
O que se pode extrair desse terrível desastre? Que os dirigentes da CBA, da Vicar, dos pilotos e demais envolvidos no automobilismo precisam se sentar e repensar os padrões de segurança existentes no momento para melhorá-los. A curva é insegura? Segundo pilotos é uma das mais temidas do calendário nacional, já matando o piloto de Stock Car Light Rafael Speráfico em um acidente muito parecido no fim de 2007 e um motociclista numa corrida recente lá, mas não ha qualquer problema no asfalto, sinalização e mesmo nos muros que desde o ano passado passaram a ser "softwall", que absorve mais o impacto que, repito, não ocorreu com o carro de Sondermann.
Os carros são inseguros? Aparentemente não. Numa batida lateral de alta velocidade e de proporcional magnitude até um carro de F1 não poderia garantir a total segurança de seu ocupante por conta da violência do impacto.
O que fazer então, para melhorar a segurança? Reativar a chicane existente (e que os próprios pilotos se mostraram contra no passado recente por ser "chata")? Reforçar ainda mais os carros? Reduzir a velocidade deles? Reprojetar a curva inteira, algo que teria custos proibitivos e demandaria uma engenharia colossal pelas condições do local? Não sei. Não sou técnico e não tenho a pretensão se saber as respostas. Para isso existem os engenheiros, médicos, pilotos, dirigentes etc que conhecem a fundo os carros, o corpo humano e a dinâmica dessas muitas e complexas variáveis.
O fato é que mesmo sendo uma fatalidade de corrida - mais uma nesse local - algo precisa ser feito em favor dos que lá arriscam suas vidas para entreter milhares e enriquecer alguns. Quando o assunto é a vida, nenhuma preocupação é exagerada.
À frente dessas responsabilidades está a CBA, Confederação Brasileira de Automobilismo, que ja vem pressionada ha muito por pilotos, equipes e imprensa por se concentrar muito na arrecadação de taxas. Veremos se apresenta o mesmo interesse por melhorar as condições de segurança seus contrubuintes. Tomara.
9 comentários:
Olá Inácio.
A minha opinião como simples fã de automobilismo é a falta de uma área de escape neste trecho de Interlagos que ocasiona todos este problemas.
Sem mais
Amaral
Sim, falta, mas criá-la demandaria:
1 - Destruir a arquibancada fixa que lá já existe e tem seus ingresso já vendidos,
2 - Gastar uma fortuna com uma grande reforma (não pode ser uma reforminha qualquer, pois naquele trecho a curva é bem inclinada e a área de escape teria que ser quase um morro pra acompanhar essa inclinção e não criar um precipício ainda mais perigoso aos pilotos)
3 - O orçamento da prefeitura pra 2011 pro autódromo ja está fechado desde 2010 como manda a lei,
4 - Além disso a reforma dependeria de autorização da FIA que tem que aprovar o projeto (olha o dedo podre de Tilke aí...),
5 - tudo tem ficar pronto antes do GP Brasil de F1,
6 - Respeitar as outras corridas que já tem contrato com a pista pra esse ano...
Além disso vamos lembrar que Sondermann sequer tocou os novos muros de softwall...
Não ha solução fácil
Infelizmente, como escrevi em meu blog e pedi para que fizessem no site que ajudo a dirigir, a coisa é mais complexa que aparenta.
Há mil e um fatores e nenhum para que nos possamos agarrar.
Fico com as estatísticas, frias e cruéis: O autódromo e a curva tem muitos anos e o numero de acidentes fatais é - relativamente - pequeno.
É necessário sim, aumentar a segurança nos carros e nos equipamentos pessoais, porém isto vai demandar tempo e dinheiro.
Agora a questão é saber, quem vai pagar a conta?
Em minha opinião o acidente foi... um acidente.
Automobilismo é esporte de risco.
Não adianta procurar culpados disso ou daquilo.
Foi uma fatalidade.
infelizmente,,, mas foi mesmo uma fatalidade deste esporte violento que todos amamos,,,
Amigo Zé Inácio, lhe conheço há alguns anos por isso a liberdade de me manifestar nesse seu blog...esse acidente poderia ser evitado sim........ fatalidades com a do rafa acontecem porém a gustavo poderia não acontecer..muitas mudanças na stock car..direção de prova...e safety car...existia muita agua na pista..não culpo o aloisio...mas a direção de prova...foi negligente... eles deveriam ter mantido o safety car apos o primeiro acidente... e não ter tirado o mesmo... vou te ligar a falamos mais....
Amigo Zé Inácio, lhe conheço há alguns anos por isso a liberdade de me manifestar nesse seu blog...esse acidente poderia ser evitado sim........ fatalidades com a do rafa acontecem porém a gustavo poderia não acontecer..muitas mudanças na stock car..direção de prova...e safety car...existia muita agua na pista..não culpo o aloisio...mas a direção de prova...foi negligente... eles deveriam ter mantido o safety car apos o primeiro acidente... e não ter tirado o mesmo... vou te ligar a falamos mais....
ainda que tenha sido uma fatalidade o fato é que a curva do café necessita de uma area de escape sim. Me desculpe se vai tirar arquibancada,,, me desculpe se vai cancelar provas já marcadas.... e dai? o que vale é a vida humana,, não acrecito que vc é um bernie da f1 que só pensa em lucros lucros lucros lucros lucros acima de tudo e de todos.... REFORMA JÁ NESSA CURVA ASSASSINA,,,, TERÃO DE MORRER MAIS QUANTOS?????? QUE SE DANE OS EMPRESARIOS DO SETOR E QUEM TEM A OPINIÃO DE QUE NÃO PODE FAZER OBRAS POR CAUSA DE CONTRATOS E TITITITITITIT,,,, FORA MENTE MEDIOCRE!!!!!!!!!!!111
Vamos separar as coisas.
O Piloto entra na pista ciente que corre o riso de vida.
Podem criar área de escape, mas certas fatalidades não dão para evitar.
Rodou na pista, e ficou parado no meio, com carros colados, vai ter colisão, e se for vários carros, também é possível bater na área de escape.
Tem vários acidentes que pilotos morrem e não são tão graves.
Fatalidade são fatalidades, sempre acontecerão.
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