segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O cancelamento do GP do Bahrein

Ao que tudo indica, não teremos nos dias 11, 12 e 13 de Março o Grande Prêmio do Bahrein. Segundo pessoas bem informadas, os protestos, agora que não são mais violentamente reprimidos, estariam visando exatamente estragar a festa do Príncipe Barenita, que tanto lutou para ter o GP de abertura da F1.

Alias, esse relaxamento do tratamento da polícia e exército com os piqueteiros seria exatamente para tentar acalmar as coisas e não perder a corrida e o povo, consciente que seu soberano não estaria mais inclinado à ouví-los e sim apenas tentando garantir o evento, já teria deixado claro que não pretender tornar a corrida um acontecimento viável.

Antes dessa mudança de atitude do príncipe, muitos foram os feridos e mortos, com direito a cenas do exército atirando a queima roupa na população em praça pública e polícia invadindo hospitais para terminar de dar surras em manifestantes internados, com direito a espancamento a médicos e tudo.

Com todo esse cenário, seria no mínimo temerário a Formula 1 correr lá, seja porque não haveria o menor clima, seja porque o público não compareceria, seja porque a segurança de pilotos, equipes e convidados não estaria de fato garantida, pois seriam ótimos alvos para chamar a atenção num eventual atentado e "aborrecer" sua alteza real, seja porque e principalmente passaria a mensagem que a Formula 1 coaduna com regimes que praticam essas barbaridades contra seu próprio e diminuto povo que só faz clamar por ser ouvido.

Dessa maneira apareceriam 2 alternativas: O puro e simples cancelamento do evento, com ele retornando ao calendário de 2012 ou o adiamento dele mais para o fim do ano, possivelmente entre os GP´s de Abu Dhabi e Brasil, mas mesmo essa opção é pouco provável, pois teria que haver o adiamento do GP brasileiro em 1 semana (para 4 de Dezembro), data que, como bem lembrou o jornalista Luís Fernando Ramos, o Ico, coincide com a final do Campeonato Brasileiro, o que dividira enormemente as atenções do público e dificultaria a venda dos caríssimos ingressos, que aliás, já começaram a ser comprados tendo como base a data original (e quem não puder rearranjarse nas datas e já comprou?). Também ha a hipotese de ser entre a nova corrida na Índia e Abu-Dhabi.

Enfim, Bernie Ecclestone tem um tremendo pepino nas mãos e se ainda não jogou a toalha é porque não quer desagradar seu querido príncipe, que tão polpudamente lhe paga 40 milhões de euros pela etapa mais 20 milhões para ter a primazia de abrir o calendário. Se Bernie jogar a toalha do GP primeiro, ele terá que devolver essa quantia já paga. Se o Príncipe que jogar a toalha, não. Isso sem falar nos direitos de transmissão de TV/Rádio/Etc que teriam que ser ressarcidos por uma etapa a menos ao mundo inteiro que já pagou para transmití-las, reservou horários em satélites para isso, etc o que daria um grande prejuízo aos donos da F1 que veriam suas bilionárias ações desvalorizarem-se no mercado.

Entenderam porque a decisão ainda não saiu?

Hoje após os testes, as equipes se reúnem para decidir se testam ou não por lá daqui 2 semanas. À reboque podem acelerar o processo de "bater o martelo" se participariam ou não do, a estas alturas, famigerado GP também já estará com seu destino selado.

ATUALIZADO: O Grande Prêmio do Bahrein foi "adiado". Coloco entre aspas porque uma vez que não houve a confirmação oficial de quando ele ocorreria/ocorrerá, não podemos contar com 100% de certeza com sua realização. A tese exposta acima (entre os GP´s de Abu Dhabi e Brasil) é uma das mais prováveis.

Ah, como quem cancelou o GP foi a organização, Bernie não terá que devolver o dinheiro já recebido, mesmo que não o GP não seja remarcado ainda esse ano.

Com o cancelamento/adiamento da corrida, o campeonato começará só dia 27 de Março na Austrália e os testes da F1 que ocorreriam nos dias 3,4,5 e 6 de Março na pista barenita também foram cancelados e devem ocorrer na semana que seria o GP na mesma pista de Barcelona em que a F1 testou agora entre os dias 18 a 21 de Fevereiro.

A ver.

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