quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A corrida pela pressão aerodinâmica

Como muitos de vocês sabem, na Formula 1 de 2011 estarão proibidos os difusores duplos, os dutos frontais e volta a valer o uso do Kers e a asa de ângulo regulável que hoje é no aerofólio dianteiro passa ser no traseiro.

O uso do Kers, já não é surpresa com a experiência de 2009 e a asa variável não deverá alterar dramaticamente o desempenho dos carros, sobretudo porque todas as equipes terão os mesmos padrões a seguir. Desse modo as possíveis vantagens que uma equipe pode ter nesses campos não serão nada dramáticas a ponto de se tornarem o fatores decisivos entre um carro ganhador e um carro ruim. Os pneus, novos a todos, terão uma influência pequena também, beneficiando um ou outro time que os entender melhor, mas mais uma vez, não ha nenhum milagre que o papel dos pneus possa operar em 2011

Como os motores também são muito parecidos e a diferença entre motor mais rápido para o mais lento não chega a 3 décimos e só é mais sentida em circuitos de alta velocidade, como Monza ou Spa, segundo declaração de Adam Parr, diretor técnico da Williams no meio desse ano, recai sobre a concepção aerodinâmica do carro a grande chance de alguém conseguir dar o pulo do gato.

Com isso será na aerodinâmica e mais especificamente no ganho de pressão aerodinâmica a maior batalha a ser travada entre as equipes. O enigma é: Como ganhar pressão aerodinâmica sem ganhar arrasto, a reboque?

O grande segredo da F1 é a pressão aerodinâmica (downforce), é ela que faz o carro grudar no chão no contorno das curvas e é ela que permitiu a Red Bull fazer as curvas em maior velocidade que as rivais e fazer as voltas mais rápidas, mesmo não tendo as maiores velocidades nas retas. "Ah, aumente a angulação/tamanho das asas que você ganha pressão!" dirá alguém. Se uma equipe o fizer, terão ganhos nas curvas sim, mas serão fatalmente prejudicadas - e provavelmente ultrapassadas - nas retas e curvas de alta existentes nos circuitos.

O grande desafio, senhores do conselho, é conseguir com o carro em si saia das pranchetas com a maior pressão aerodinâmica e eficiência em linha reta possíveis. Um carro ao longo da temporada, só com atualizações aerodinâmicas (que mostro detalhadamente aqui no blog durante todo o ano) ganha cerca de 2 segundos, o que é muito. isso mostra a enorme importância de manter-se o desenvolvimento do carro ao longo de todo o ano, mas também demonstra de maneira cabal como é no desenho do carro que reside a chances de uma equipe em ser campeã.

Os próximos meses da F1 serão silenciosos acerca dos carros que já estão na sua metade final de criação, mas é nos QG´s das equipes em que a grande guerra surda está sendo travada, entre tuneis de ventos, projetistas, engenheiros aerodinâmicos, especialistas em computação gráfica, pilotos com seus apontamentos práticos e observações de quem sente na pele o que o carro faz nas pistas.

A equipe que melhor conseguir cruzar todos os dados do Kers, pneus novos, asa traseira regulável, motores, e embarcar tudo isso num carro aerodinamicamente equilibrado desde o começo do ano terá a faca e o queijo na mão. 


Sabemos por experiência que um carro que nasce bom de cara, tem grande vantagem sobre aqueles que são menos eficientes e tem que correr atrás do prejuízo. Varias vezes quem sai em desvantagem não alcança o melhor carro, que continua evoluindo. Exemplos dessa vantagem do carro que já nasce bom é a McLaren e a Ferrari, que por mais que tenham melhorado ficaram aquém da Red Bull de 2010. A própria Red Bull que em 2009 correu atrás para alcançar a Brawn, conseguiu, mas chegou lá tarde demais e o título já estava perdido.

Nessas horas equipes com grande estrutura técnica e financeira podem se dar bem, especialmente se tiverem em seu staff gente gabaritada e criativa. A Red Bull sabe disso como poucas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Maravilha de postagem...Torcer para os espiões da F1 chegarem com noticias o quanto antes...
Pré-temporada é dureza.

DJ Bruno Fonsa disse...

é cara, F1 não é pra poucos, se tratando de desenvolvimento dos carros. espero que em 2011 equipes do meio do pelotão consigam chegar com bons pacotes aerodinâmicos bem perto das grandes. to torcendo pela williams, essa que está com bom desenvolvimento de Kers e asas. junto com o rubinho, acho que ela vai longe no ano que vem...
abço

bfskblog.blogpsot.com

José Inácio Pilar disse...

Anônimo:

Vamos ver se aos pouco vazam pequenas informações acerca dos carros, mas imagens mesmo duvido...

Bruno:

A Williams tem uma excelente infra-estrutura, vamos ver se conseguem dar um pequeno salto!