Desde 2006 a equipe Williams se tornou independente. Com o fim da parceria de 5 anos com a montadora BMW, a equipe inglesa deixou de contar com o apoio técnico e (sobretudo) financeiro alemão e passou a utilizar os motores da também independente fábrica da Cosworth.
Insatisfeita com os resultados e ambicionando uma nova parceria de longo prazo, estabeleceram entre 2007 e 2009 uma aparentemente vantajosa união com a Toyota, que lhes "dava" motores e Kazuki Nakjima como um de seus pilotos, sem ter que pagar-lhes nada, o que financeiramente poderia ser interessante mas que no fim das contas não era, pois o motor fraco não lhes permitia grande desempenho e este piloto em particular não marcava os pontos que deveria e, ao contrário, batia bastante o carro. Como consequência a Williams, na prática tinha apenas um piloto trabalhando por eles, Rosberg, e assim a pontuação no campeonato ficava abaixo do potencial da equipe e com isso tinha menor participação no dinheiro distribuído por Bernie Ecclestone (direito de imagens) tendo como base a classificação final no campeonato de construtores e também consequentemente, menor visibilidade para seus patrocinadores, que começaram a minguar com a falta de resultados sólidos.
Antes da Toyota anunciar oficialmente seu retumbante fracasso e sair da F-1 com o rabo entre as pernas, a própria Williams ja havia percebido que essa parceria lhe era danosa, e percebendo que seu principal piloto estava de saída, decidiu começar uma nova era, dispensando Toyota, Nakagima e cia., buscando um fornecedor de motores independente (Cosworth novamente) e dois pilotos que lhes permitisse alcançar resultados mais sólidos (Barrichello e Hulkenberg).
Assim começou 2010, com um carro novo, motor novo e pilotos novos que agregavam experiência, velocidade e comprovado talento. Só que para dificultar as coisas, neste ano existem mais equipes disputando as primeiras colocações (Red-Bull, Mclaren, Ferrari e Mercedes), há no pelotão intermediário times que estão estão muito bem (Renault e Force-Índia), e há ainda equipes que, se não estão melhores que eles, estão a espreita de eventuais tropeços para roubar-lhes pontos (Toro-Rosso e agora, Sauber), com isso, alcançar grandes resultados fica muito mais difícil.
Em meio a esse cenário todo o maior patrocinador da Williams, o banco escocês RBS, já anunciou que deixa equipe no fim do ano, decisão essa tomada ainda em 2009 em meio a crise financeira internacional onde amargaram grandes prejuízos (em 2010, aliás, a equipe estaria recebendo apenas metade do valor dos anos anteriores, cerca de 11 milhões de libras). Lembrando que em anos recentes Petrobrás (combustíveis), Budweiser (cerveja) e levou o calote de mais de 10 milhões de libras de um de seus patrocinadores (Hamleys e Mappin & Webb), que faliu. Além disso, a companhia aérea Air Asia também anunciou que vai abandonar o barco, pois seu dono é também sócio da equipe Lotus e declarou que não faria sentido patrocinar equipes rivais (o Santander discorda). Como se não bastasse, o site português autosport nem sempre confíavel nos furos que anuncia (como a "certissima" parceira Williams-VW que segundo eles ja deveria ter sido anunciada há meses) disse que a Phillips estaria decepcionada com os resultados dessa temporada e deverá troca-los por uma equipe mais forte, bem como um outro patrocinador menor (talvez a McGregor), ficando com a AT&T como sua possível única grande marca no carro.
Aparentemente tudo muito preocupante não? Nem tanto segundo Adam Parr, diretor executivo da equipe. Em recente entrevista ele declarou que "a maior parte de nosso orçamento já está coberto para o ano que vem, mas nós estamos em conversas com nossos atuais e e potenciais futuros parceiros (patrocinadores) para aumentá-lo". e ainda comentou "Não sei se alguma equipe já está com todo o seu orçamento do ano que vem garantido, a não ser que alguém esteja literalmente assinado um cheque", demonstrando que a situação da Williams está dentro do controle e da normalidade da F-1.
Além disso, o recente 4º lugar obtido por Barrichello em Valência lhes garantiu o sétimo lugar "isolado" na classificação e fundados motivos para esperar mais pontos nas próximas etapas e quem sabe brigar com Force-Índia pela 6ª colocação na tabela de construtores e assim mostrar a eventuais patrocinadores descontentes ou interessados uma bem-vinda demonstração de força e poder de reação que pode ajudar a fechar contratos (alguns de longo prazo, como foi a RBS) e garantir um futuro com mais recursos e assim, com sorte, tentar sair da fase perigosamente descendente que se encontra e quem sabe despertar o interesse de algum parceiro forte como foi a BMW.
Só por curiosidade, veja como eram os orçamentos das equipes em 2008 (não há mais recentes disponíveis). Considerem que de lá pra cá certamente houve uma redução nesses números após a crise, especialmente para Renault e Sauber, ao passo que Force-Índia aumentou.
Em milhões de dólares:
Toyota: $445.6m
McLaren: $433.3m
Ferrari: $414.9m
Honda: $398.1m
Renault: $393.8m
BMW Sauber: $366.8m
Red Bull Racing: $164.7m
Williams: $160.6m
Toro Rosso: $128.2m
Force India: $121.85m
Super Aguri: $45.6m
Total: $3,073.45m
Um comentário:
Faltou citar a Petrobrás, que acho que deveria voltar a patrocinar a willians
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