Mas como escrever comédia? Como estruturar uma apresentação? Duvidas que como cupins na madeira fragilizavam meu projeto.
Bom, eu gosto de stand-up, do formato simples e direto de fazer humor, do despojamento da apresentação, sem recursos, sem personagens, etc.
A primeira coisa, pensei eu, é assistir essas apresentações que agora pululam cidade afora. Parece que todos os engraçadinhos de todas as turmas resolveram se apresentar fora de seu grupinho. E lá fui eu pelos barzinhos da vida, pagando couvert artístico a torto e a direito. Assisti muita gente boa, como o Luiz França, Rafinha Bastos, Warley Santana e Carol Zócoli. Também assisti muita gente fraca, que não vou dizer o nome, obviamente.
Notei que muitos comediantes lançam mão de palavrões para serem engraçados, o que não é necessariamente garantia de risos, pelo menos da minha parte.
Mas em alguns momentos, mais interessante ainda do que as apresentações é o público. Tem de tudo nesses barzinhos em Moema que recebem esses tipos de apresentação: Tem o "engraçadinho da turma" que ainda não quer fazer o seu show, mas acha que pode rivalizar em humor como astro da noite e fica com papinhos paralelos durante a apresentação atrapalhando as mesas próximas, ou fazendo "intervenções" na apresentação do comediante, ou ainda fazendo sua imitação do Silvio Santos pro garçom quando vai pedir o tabasco pra comer com sua porção de pasteizinhos engordurados. Outro tipo de pessoa que freqüenta esses shows é o do riso fácil (esses são extremamente bem vindos) em que basta o comediante desejar boa noite que ele já começa a se contorcer na cadeira de tanto rir.
O público desse tipo de espetáculo em geral não se incomoda em sentar em quatro pessoas numa mesa menor que um criado mudo, passar aperto, ficar com o pescoço girado à 270 graus para ver o palco atrás da pilastra, etc. São pessoas que realmente gostam de comédia de qualidade e sabem que vale a pena um pouco de sacrifício em troca de se ver retratado, ao menso em parte, nos comentários afiados de quem está sobre o palco, ou pelo menos um pouco de fuga de seu dia a dia repetitivo.
Para um iniciante como eu, o público tende a ser muito gentil, e até tolerante e se você for razoável, pois nas noites de "open mic" (microfones abertos) o público ja espera algo assim. Diferente por exemplo do público de Jazz. Se você for um músico ruim vai ter gente amarrando tomate no iô-iô só para poder te atirar tomate mais vezes na sua cara. No Stand-up você não receberá ovos e terá subsídios para corrigir o que não deu certo para uma próxima apresentação, seja no que você falou, seja em como você falou.
Um dia a moda do stand-up vai passar, e aí só quem é realmente bom vai se manter na área, ou pelo menos conseguir ganhar a vida com isso. Os aventureiros que não se estabelecerem voltarão para o conforto de suas turmas, entretendo-as nos churrascos de fim de semana e assim seguirá a vida.
Vamos ver como as coisas se encaminham...
PS: Para ilustrar essa crônica coloquei a imagem de Jerry Seinfeld, um dos grandes responsáveis por popularizar esse tipo de humor entre os brasileiros mais jovens graças ao seu seriado de mesmo nome.
Mas em alguns momentos, mais interessante ainda do que as apresentações é o público. Tem de tudo nesses barzinhos em Moema que recebem esses tipos de apresentação: Tem o "engraçadinho da turma" que ainda não quer fazer o seu show, mas acha que pode rivalizar em humor como astro da noite e fica com papinhos paralelos durante a apresentação atrapalhando as mesas próximas, ou fazendo "intervenções" na apresentação do comediante, ou ainda fazendo sua imitação do Silvio Santos pro garçom quando vai pedir o tabasco pra comer com sua porção de pasteizinhos engordurados. Outro tipo de pessoa que freqüenta esses shows é o do riso fácil (esses são extremamente bem vindos) em que basta o comediante desejar boa noite que ele já começa a se contorcer na cadeira de tanto rir.
O público desse tipo de espetáculo em geral não se incomoda em sentar em quatro pessoas numa mesa menor que um criado mudo, passar aperto, ficar com o pescoço girado à 270 graus para ver o palco atrás da pilastra, etc. São pessoas que realmente gostam de comédia de qualidade e sabem que vale a pena um pouco de sacrifício em troca de se ver retratado, ao menso em parte, nos comentários afiados de quem está sobre o palco, ou pelo menos um pouco de fuga de seu dia a dia repetitivo.
Para um iniciante como eu, o público tende a ser muito gentil, e até tolerante e se você for razoável, pois nas noites de "open mic" (microfones abertos) o público ja espera algo assim. Diferente por exemplo do público de Jazz. Se você for um músico ruim vai ter gente amarrando tomate no iô-iô só para poder te atirar tomate mais vezes na sua cara. No Stand-up você não receberá ovos e terá subsídios para corrigir o que não deu certo para uma próxima apresentação, seja no que você falou, seja em como você falou.
Um dia a moda do stand-up vai passar, e aí só quem é realmente bom vai se manter na área, ou pelo menos conseguir ganhar a vida com isso. Os aventureiros que não se estabelecerem voltarão para o conforto de suas turmas, entretendo-as nos churrascos de fim de semana e assim seguirá a vida.
Vamos ver como as coisas se encaminham...
PS: Para ilustrar essa crônica coloquei a imagem de Jerry Seinfeld, um dos grandes responsáveis por popularizar esse tipo de humor entre os brasileiros mais jovens graças ao seu seriado de mesmo nome.
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