quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Estranho são os outros

Pare e repare, olhe que maravilha...

Assim começa a música, mas a realidade é outra, é dura! Pare e olhe para a primeira pessoa ao seu lado. Ok, talvez não agora, pois você está na frente do computador e as pessoas ao seu lado ou são da sua família ou são do seu trabalho, mas um dia experimente ir a qualquer lugar público e sentar-se. Observe então a fauna a sua volta.

Desfilará por você pessoas estranhas, gente com testa grande ou carecas que acham que se pentear o cabelo das laterais e da nuca até lá na frente, ninguém vai reparar que são carecas, como se calvice fosse fraqueza de caráter (só em alguns casos). Verá aquela mulher de mais de quarenta anos que se veste como se fosse uma paquita velha, negando pelas roupas a idade que as rugas, logo acima, entregam. Verá mulheres de 60 com tantas plásticas que seus rostos mais parecem a cara de uma raposa, e de tão esticadas mal conseguem esticar as duas pernas ao mesmo tempo. Verá cinquentões-meninões, com camiseta agarradinha e bronze artificial e em cima, impecáveis implantes capilares que mais parecem cabelo de boneca, com aqueles tufos no melhor estilo plantação de milho. Cruzará com gordas que se acham sexy (e porque não seriam?) e usam decotes e calças justíssimas, que só saem na tesourada; gente alta que, inconscientemente, tenta se misturar à massa mais baixa andando curvado, tímidos e reservados. Já viu isso tudo? Nossa, você está aonde?!

Mas o que faz essas pessoas serem como são? O mesmo que fez sermos como somos, é claro! O ambiente em que vivem, a educação que receberam, a cultura que adquiriram, os traumas pelos quais passaram, etc.

Dependendo dos pais que você teve (ou não teve), você vai usar desodorante ruim e vai se achar o máximo. Dependendo dos livros que você não leu, você pode acabar restrito a um círculo social de amigos burros e ignorantes que usam regata e chinelo Ryder o dia inteiro. Dependendo do que você não estudou, você pode acabar até Presidente da República...

Enfim, tudo isso serve para você parar e pensar "puxa, que fantástico, sou absolutamente normal!". De certa maneira, é sim reconfortante olharmos para os menos afortunados em normalidade e bom senso e perceber que nós, mesmo com nossos pequenos defeitos e manias, somos aceitos como "normais" (pelo menos gostamos de pensar assim). Portanto, ao reparar na esquisitice da pessoa à sua esquerda e destilar comentários irônicos para mesmo, cuidado, pois do seu outro lado alguém pode estar fazendo exatamente o mesmo com você. Sim, com VOCÊ!

3 comentários:

Aline Borghi disse...

Discretamente quando olhei a pessoa ao meu lado, ele se encaixava na categoria "garanhões dos 40" Cabelos penteados, grisalhos, camisa escondendo os músculos já flácidos e perfume de quionta categoria...logo me lançou uma piscadela quando percebeu q estava sendo observado. Instantaneamente me senti um pedaço de bife aos olhos de um animal faminto(como nos desenhos animados). Pior ainda:Tentava se socializar com os demais, dizendo gírias do tipo "manjar"e "irado"...
enfim...
pessoas estranhas...

José Inácio Pilar disse...

They´re all around us...!

JU disse...

Hahahahaha, caraca, não é que é verdade? Estou assistindo a novela Tempos Modernos enquanto escrevo aqui (sim, eu sei q isso é estranho tb, mas juro q nao estou prestando atenção) e já que não tem ninguem estranho pra observar, resolvi procurar na novela...e percebi q o nosso querido Fagundão se encaixa no quesito "garanhões de 40" kkkkk mas a piscadela foi pra Fernanda Vasconcelos e não pra mim!! :0/