sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sem dinheiro, Lotus perde nomes importantes

Com a falta de um patrocinador principal, da pareceria oficial com uma montadora que lhe franqueie os caros motores e com o acúmulo de dívidas internas na casa das centenas de milhões que já falei mais detalhadamente AQUI, a equipe Lotus começa a entrar numa fase delicada para a estruturação de seu projeto de 2014.


Sem conseguir o reforço financeiro necessário para garantir uma temporada 2014 competitiva, aos poucos a equipe Lotus vai perdendo nomes importantes de seu plantel, como o de seu diretor técnico James Allison, tido como um dos principais responsáveis pelos bem sucedidos projetos de 2012 e 2013 que possibilitaram Kimi Raikkonen ganhar corridas.

Comenta-se que além da tentadora oferta de um salário maior da Ferrari, a falta de perspectivas da Lotus em manter o ritmo de desenvolvimento necessário de seus projetos também pesou muito na sua saída da equipe. Depois disso, o principal patrimônio da equipe, Kimi Raikkonen, que ainda não recebeu todo seu salário, condicionou sua permanência lá a garantias seguras de que a Lotus teria como lhe prover um carro competitivo no ano que vem e, mais do que isso, que teriam o dinheiro necessário para assegurar o constante desenvolvimento do modelo. A resposta, como sabemos, foi a sua transferência para a Ferrari...

Kimi e Allison já saíram. De Beer também
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Depois, seguindo a esteira de perdas calcadas na aparente falta de recursos para cobrir ofertas dos rivais ou garantir-lhes condições ideais de trabalho (comentou-se meses atrás que alguns fornecedores chegaram até a atrasar entregas por falta de pagamento, mas a equipe nega), o braço direito de Allison e chefe de aerodinâmica da equipe preta e dourada Dirk de Beer, também anunciou a saída rumo ao mesmo destino de seus dois ex-companheiros de casa: a Ferrari e pouco depois Jarrod Murphy, chefe da área de aerodinâmica computacional (CFD) anunciou sua mudança para a Mercedes.

Se esse retrato certamente não é dos mais encorajadores para a aguardada temporada de grandes desafios técnicos que será a de 2014, também não quer dizer, entretanto, que a perda de tais nomes automaticamente transforma a Lotus numa grande draga que se arrastará vergonhosamente nas pistas e que seus pilotos da próxima temporada, quem sabe entre eles Felipe Massa, poderão entrar numa tremenda fria.

A Lotus está sediada no coração do automobilismo inglês, onde orbita grande parte da massa pensante da categoria e tem ela mesma centenas de funcionários gabaritados, inclusive gente capacitada e ansiosa para provar seu valor ao receber uma promoção e assumir essas vagas em aberto, como sempre aconteceu ao longo dos anos nessa e em outras equipes.

De qualquer forma essas perdas sinalizam sim que a questão financeira vai continuar sendo tema de discussões no horizonte da equipe e que a pressão para eles acertarem no projeto do carro do ano que vem logo de cara cresce ainda mais, uma vez que uma profunda revisão técnica para repensar um carro nascido errado (como a McLaren esse ano) poderia custar um dinheiro que talvez eles não disponham. A ver...

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